Esse acontecimento me levou a buscar em suas pinturas o motivo de tanta exuberância, com a sua juventude marcando a sua arte com pinceladas vigorosas, sugerindo sensualidade, lirismo, paixão.
Por todo esse tempo, jamais deixei de acompanhar o seu trabalho de autodidata, a sua vida sempre dedicada à pintura, o refinamento de quem sabe fazer e o faz muito bem. Impossível não identificar as suas obras, porque elas trazem dentro de si a essência da vida, com seu estilo próprio mergulhado em asas multicores, dando a impressão de buscar no infinito multidão de estrelas para abrilhantar o mundo em que vivemos e dizer a este mundo que o talento é um dom Divino e Bruno, acertando ou errando, sempre carrega a chama da determinação.
Nas suas veias existe a dor do fado, certamente trazida por seus ancestrais portugueses em orgias verdes dos ciganos. O avô alemão trouxe a grandeza das catedrais da Alemanha, a música dos grandes mestres eruditos, a estupenda capacidade e criatividade do povo germânico. Filho de mãe baiana e de pai paraibano, ambos ardentes e tempestuosos como a própria geografia nordestina. Essa mistura magnífica talvez explique a universalidade da sua arte e a tenacidade do seu caráter, que jamais permitiu que em nenhum momento - até nos mais árduos - fosse possível se deter o esplendor do seu trabalho.
Bruno, esse nordestino obstinado, carrega dentro de si o brilho de uma vocação e de uma abnegação irresistíveis, que o fortaleceram para jamais deixar de expressar em suas obras mensagens de amor, transformando toda a sua melancolia em rasgos de esperança para um mundo melhor. Irene Dias Cavalcanti João Pessoa, Paraíba, setembro de 2004.
Obrigada pela visita e comentário ao meu blog...
ResponderExcluirBeijo!