BEM-VINDOS!

PARAHYBA    BRASIL    ABRIL   2024

Este é o nosso BLOG, onde você conhecerá um pouco do ARTISTA e da sua OBRA, navegando nos generosos DEPOIMENTOS sobre a minha trajetória durante esses 50 anos de ATIVIDADE ARTÍSTICA E EXPOSIÇÕES e também em inúmeras REPORTAGENS na mídia. Acompanhará os projetos que estou realizando agora: PARAHYBAVISTA; JOÃO & MARIA; FLORESTA ARDENTE QUEIMADAS. Poderá acessar nossa GALERIA VIRTUAL, me acompanhar no INSTAGRAM e visitar a MINHA CIDADE...

Respire fundo e vá mergulhando... Siga o blog e dê uma espiadinha nas novidades que publico. Sem pressa... Foram anos de trabalho meticuloso para chegar até aqui, pertinho de você...


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Postagem em destaque

A ARTE PRIMEVA DA HUMANIDADE: XAMÃ - PINTURA E FÉ NA CAVERNA!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

FELIZ NATAL!

Este ano não foi nada fácil, apenas idiotas e tolos obscurantistas que vivem na "terra plana e chata" não perceberam isso. Mas nós percebemos e estamos nos cuidadando para superararmos todas essas dificuldades e enfrentarmos e derrotarmos o negacionismo dos cretinos ignorantes - muitos deles culpados pela resposta biológica que o nosso lindo planeta Terra está dando para a espécie humana, através da mãe Natureza...

Chegamos até aqui; agora falta pouco para nos livrarmos dessa pandemia e de muitos idiotas que não se previnem contra ela - pondo em risco as vidas de todos.

Mas nós sobreviveremos!

Feliz Natal!




sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A NAU VAGANTE

 


Todo dia é dia da terra
e dela cuida bem quem nunca erra.
Aproveita bem a tua vida, a tua jornada...
Pois o caminho vale mais que a chegada.
Cuidando da tua única nau vagante,
estrelando o sonho do bom viajante.

A única diferença cultural realmente importante que vejo no mundo está na relação entre o culto e o ignorante.

A Cultura - através da arte e do esporte - une os povos. Quem os separa é a ignorância, irmã do preconceito e do fanatismo religioso.

A luz do conhecimento leva o navegante com segurança através de todos os mares, ao contrário da escuridão da ignorância, que atola a nau na ignóbil lama do preconceito e da discriminação, afundando-a na própria destruição.

Falar em grandes diferenças culturais no Brasil é desconhecer a própria cultura, pois somos mudas híbridas das mesmas matrizes, temos as mesmas raízes, independentemente do quadrante geográfico onde crescemos. Cultos e incultos existem em todos os lugares, não é privilégio desta ou daquela região ter a sua exclusividade. 

Na relação dos indivíduos com a educação e o saber, o que pesa e separa os grupos é a distância entre o sábio e o idiota, sem distinção de cor ou de sotaque.
E é a ambição dos perversos oportunistas apoiada pelos ignorantes e idiotas que está destruindo nossa natureza, nosso mundo - que se defende com seus anticorpos contra a praga humana, a única espécie animal que destrói o seu único habitat.

Devemos combater firmemente a barbárie e a ignorância com o nosso conhecimento, com a nossa arte e com a nossa magia; afinal, somos todos navegantes nesta única e vital nau vagante do universo, um mundo maravilhoso de natureza esplêndida, coberto de água e recheado de matéria líquida incandescente que chamamos de Terra.

Imagem da pintura no cavalete lá na lua
Bruno Steinbach. "Ponta do Cabo Branco, opus IV". 
Acrílica/tela, 144 x 270 cm, abril de 2012. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Acervo: SESC PARAÍBA / Centro de Turismo e Lazer Sesc Cabo Branco 
(av. Cabo Branco, João Pessoa, Paraíba, Brasil).





domingo, 16 de agosto de 2020

EU E A PANDEMIA


   O idiota que desdenha da pandemia - pondo em risco tanto a sua vida como a dos outros, que zomba das minhas precauções - amanhã estará chorando em busca de um tratamento que não encontrará (para quem ainda não sabe, até UTIs estão sem remédios para intubação de pacientes em 22 Estados - cloroquina, que não serve para COVID-19, está sobrando... pois o beócio do planalto comprou toneladas superfaturadas). 

   Eu continuo totalmente isolado desde o dia 15 de março, pois sei que essa é realmente a única proteção 100% eficaz contra o vírus e os idiotas e palermas que o propagam (moro sozinho e aqui na caverna não entrou ninguém desde então - nem bicho nem gente). Não vou perambular em "shoppings" nem em restaurantes, pois atualmente isso é programa para otários. Quando é realmente necessário minha saída do "bunker" saio com os EPIs apropriados: capa de PVC impermeável com capuz, máscara de EVA com filtros PFF2 (que filtram os aerossóis flutuantes dos ambientes fechados que as de pano NÃO FILTRAM), óculos de proteção indicados pelo oftalmologista, protetor facial e luvas descartáveis - pois o risco de contaminação é grande, posto que grande parte da população é assintomática quando contaminada e nem percebe que teve a doença (ainda bem), mas que transmitem o vírus e contaminam os outros (que podem não ter a mesma sorte e sofrerem agravamento da doença, de alto grau de letalidade), infectando objetos e o ar (com aerossóis, em ambientes fechados) ao não seguirem as orientações das autoridades sanitárias, se aglomerando e saindo de casa sem necessidade e sem os EPIs adequados. Tudo que preciso solicito por delivery. O pior de tudo é ficar sem namorar... 


   Se estou com medo? Não, não estou com medo... estou em pânico! Apavorado não por covardia, mas por sensatez - meu pai sempre me dizia que "só loucos e tolos não têm medo, covardes fogem... mas corajosos vão ao combate enfrentando o medo". Tampouco temo apenas pela possibilidade da minha morte - pois sou sobrevivente e farei tudo o que puder para enfrentar e vencer essa pandemia - mas pelos familiares, amigos e pela tenebrosa aproximação de um possível caos social, hipótese muito provável devido ao perverso e desqualificado desgoverno federal que temos e pela maneira que a natureza está sendo maltratada. Na verdade, para o planeta, nós é que somos a doença.
 

* Em tempo:

   Ao voltar para casa, deixo o calçado no tapete apropriado, na entrada, vou ao local reservado para desinfecção dos EPIs, que retiro com extremo cuidado, deixando-os lá imersos em solução de água sanitária e água; entro no apartamento já tomado banho e nu - nada que vem da rua passa da área de serviço.





Se quiser saber algo mais, copia e cola em outra janela os links abaixo:

NOVO CORONAVÍRUS: UMA PANDEMIA ANUNCIADA

UTIs estão sem remédios para intubação de pacientes em 22 Estados; cloroquina está sobrando

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

435 ANOS: PARABÉNS PARAHYBA!


A capital da Paraíba teve vários nomes antes da atual denominação. Primeiro foi chamada de Nossa Senhora das Neves, em 05 de agosto de 1585, em homenagem ao Santo do dia em que foi fundada. Depois foi chamada de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, em 29 de outubro de 1585, em atenção ao rei da Espanha D. Felipe II, quando Portugal passou ao domínio Espanhol. Em seguida recebeu o nome de Frederikstadt (Frederica), em 26 de dezembro de 1634, por ocasião da sua conquista pelos holandeses, em homenagem a Sua Alteza, o Príncipe Orange, Frederico Henrique. Novamente mudou de nome, desta vez passando a chamar-se Parahyba, a 01 de fevereiro de 1654, com o retorno ao domínio português, recebendo a mesma denominação que teve a capitania, depois a província e por último o Estado. Em 04 de setembro de 1930, finalmente recebeu o nome que tem hoje...

Fiz algumas pinturas e desenhos para a minha querida cidade.

Bruno Steinbach. "Parahyba, opus I".
Acrílica/tela, 60 x 100 cm, 22 dez 2016. Parahyba, Brasil. 
Coleção: Lourdes Bonavides Mariz Maia. Recife (PE).
Obra patrocínio Parahybavista.

O PORTO DO CAPIM, ONDE TUDO COMEÇOU

"O Porto do Varadouro, popularmente conhecido como Porto do Capim, denominação que se acredita que surgiu devido à quantidade de capim que ali desembarcava para alimentar os animais que serviam de transporte naquela época, era o porto principal da cidade de João Pessoa quando o Porto de Cabedelo ainda não existia.
Em 1920, o Presidente Epitácio Pessoa (1919-1922) mandou fazer um Porto Internacional na bacia do Sanhauá em frente ao porto original. Obra que nunca se concretizou, houve desvio de recursos e falta de estudos para sua viabilidade. Hoje ainda existem vestígios de concreto armado fincadas as margens do Sanhauá. A partir de 1935, com a inauguração do Porto de Cabedelo e a efetivação do transporte ferroviário de João Pessoa para Cabedelo, o porto da cidade foi sendo gradualmente desativado, gerando a decadência da área - sendo com o passar dos anos ocupada por famílias carentes. Hoje o local vive o abandono, pois faltam saneamento e condições básicas de vida. "
Fonte:


Esta é uma vista parcial de quem chega pelo rio Sanhauá, vendo-se em primeiro plano o "Porto do Capim", onde tudo começou, seguido do Varadouro, com o centro histórico e a igreja de São Frei Pedro Gonçalves - onde havia uma cidadela, seguidos do casario corcoveando pelas ladeiras em busca da cidade alta, ao fundo. Na imagem acima: pintura de Bruno Steinbach. "PARAHYBAVISTA (SANHAUÁ, PORTO DO CAPIM e VARADOURO), opus I". Painel em acrílica/tela, 120 x 194 cm. Parahyba, dezembro de 2013. Acervo: Tribunal de Justiça da Paraíba. Em primeiro plano, os casebres do porto do capim e, depois, o casario antigo do varadouro; no alto, a igreja de São Frei Pedro Gonçalves, com a cidade alta e a Igreja de São Francisco, mais à direita, ao fundo.

Embora secularmente a culta mente tente,
é impossível ocultar da Luz a face dessa pobre gente;
um dia seu nobre silêncio, gritante ao sol poente, 
certamente despertará bravamente a nossa civilização dormente.



Bruno Steinbach. "Parahyba e Sanhauá, opus I". Óleo/tela, 100 x 120 cm. 2005. 
Coleção: Desembargadora Maria de Fátima Bezerra Cavalcante Maranhão. 
Paraíba, Brasil.
Obra patrocínio Parahybavista.

DO RIO PARA O MAR

Conhecida como a cidade onde o sol nasce primeiro, devido ao ponto mais oriental das Américas se localizar aqui, nossa velha e charmosa Parahyba se esparrama verde e lindamente entre a belíssima praia do Cabo Branco e o crepuscular rio Sanhauá, oferecendo aos habitantes uma verdadeira viagem pelo presente e pelo passado.

Bruno Steinbach. "Ponta do Cabo Branco, opus IV". 
Acrílica/tela, 144 x 270 cm, abril de 2012. João Pessoa, Paraíba, Brasil. 
Acervo: SESC PARAÍBA - Centro de Turismo e Lazer do Sesc Paraíba
João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Bruno Steinbach. "Ponta do Cabo Branco, opus III". 
Acrílica/tela, 140 x 250 cm, janeiro de 2012. 
João Pessoa, Paraíba, Brasil. 
Coleção: Eduardo Machado Silva
João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Bruno Steinbach Silva. "Cabo Branco, opus VIII". 
Acrílica/tela, 80 x 100 cm. Julho de 2015, Parahyba, Brasil.
Coleção: Geisa Galvão Ribeiro. 
João Pessoa, Paraíba.
Da série PARAHYBAVISTA - AGONIA E ÊXTASE

Bruno Steinbach Silva, "Cabo Branco, opus VI". 
Acrílica/tela, 70 x 100 cm.
Coleção: Lua Maia Pitanga.
 Patrocínio Parahybavista

Bruno Steinbach. "PHOENIX, opus I".
Óleo/tela, 50 x 70 cm, 2005, Parahyba, Brasil.
Coleção Marcelo Steinbach Silva (in memoriam).
Rebatizado para "ASA BRANCA, opus I", a pedido do seu novo tutor, Klécius Leite Fernandes.
Acervo: Klécius Leite Fernandes. 
Paraíba, Brasil.

Bruno Steinbach Silva. "Cabo Branco, opus IX". 
Acrílica/tela, 60 x 100 cm. Abril de 2016, Parahyba, Brasil.
Coleção: Eduardo Machado Silva, João Pessoa-PB.
Patrocínio PARAHYBAVISTA.

Bruno Steinbach. "Parahybavista do Sanhauá, opus III". 
Infogravura/esboço/papel sulfite 180 gr, 29,7 x 42 cm, outubro 2013.
Parahyba, Paraíba, Brasil.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

FLORESTA ARDENTE - QUEIMADAS, OPUS VI (CAT 558)

   Estou iniciando uns estudos para a produção da série temática "FLORESTA ARDENTE - QUEIMADAS", cujo tema é a criminosa ação do homem dito civilizado nas nossas florestas, principalmente nos biomas da amazônia e do pantanal matogrossense, desmatando e queimando tudo o que consegue, sem respeitar as terras indígenas nem o ecossistema tão importante e imprescindível para o mundo todo.

   Empresários e políticos cretinos, demagogos e corruptos estão destruindo a nossa Amazônia, em busca de riquezas que só servem à sua ganância – mineradoras que poluem os rios e assassinam índios e bichos; áreas enormes devastadas pelo desmatamento e pelas queimadas para especulação, pois quase nenhum gado há por lá; áreas para plantio de soja geneticamente modificada... enfim, riqueza que não beneficia em nada o nosso planeta, pois para a Terra sua maior riqueza é a floresta intacta com os seus primevos habitantes que sempre estiveram lá e que são os verdadeiros senhores da floresta. Sei que há muita fome no mundo e que há necessidade de uma exploração sustentável aonde for possível, mas sem destruição e com respeito ao meio ambiente. E não é isso que está acontecendo.

PANTANAL EM CHAMAS 


   Sob o olhar indiferente e omisso das autoridades governamentais, o fogo está arrasando mais de um terço do pantanal matogrossense; anta, ariranha, onça-pintada, veado-catingueiro, capivara, lobo-guará, sucuri, jacaré, araras, tuiuiú, tucano, garça-branca, jaçanã, piranha, dourado, piau... enfim, uma infinidade de bichos, peixes e insetos queimando - inclusive gente. E esse desgoverno federal de cretinos negacionistas dá risada e finge que não sabe que a maioria dos incêndios foram provocados por grileiros e latifundiários que protegem.
Mas o castigo virá a cavalo.



   Como na fábula do beija-flor - que tentava apagar o incêndio na mata carregando gotículas d’água no bico, sob a zombaria do bicho-preguiça, eu digo o mesmo que a avezinha disse para o animal preguiçoso: “Eu estou fazendo a minha parte”. 

   Irei publicando as obras aqui, uma a uma, no tempo em que forem sendo concluídas. Ao final, além da exposição virtual gratuita, vamos tentar expor por aí, nesse mundão de Deus...

Visite a série "FLORESTA ARDENTE - QUEIMADAS"...

sábado, 13 de junho de 2020

A VITALINA E O SANTO


Hoje é o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. 
Como estou em isolamento voluntário e a namorada está longe, estou seguro. Sou devoto mesmo é de São Francisco e de Santa Dulce dos Pobres (a Santa que era amiga da minha mãe). Mas, me atrevi a escrever um pequeno conto ou crônica, inspirado nos "causos" populares. Tomara que gostem e que o Santo funcione para quem precisa!


A VITALINA E O SANTO 
A crônica de um fim anunciado 
A estória da moça veia que jogou Santo Antônio pela janela

I

O COMEÇO DO FIM 

   Era o dia de Santo Antônio, o Santo casamenteiro. 
Vitalina estava olhando tristemente para a estatueta de madeira pintada do seu Santo de devoção, instalada desde sempre no pequeno nicho na grossa parede, acima do oratório, um aparador barroco, num canto da saleta do antigo casarão colonial da linda e pacata cidade serrana do interior da Paraíba. 
   
Estava amargurada e frustrada; há muito tempo, todos os anos, rezava e fazia promessas para o Santo lhe conseguir um marido... e nada! Já estava honrando o nome de batismo, insensatez cometida pela sua mãe para pagar uma promessa que fizera se conseguisse casar. Ela não era uma mulher bonita, mas também não era das mais feias e a família tinha posses – o que facilitaria um bom dote para atrair um noivo. “Parece uma praga”, pensou a moça velha. Então, num ímpeto, pegou a escultura do Santo e correu para o enorme janelão que dava para a calçada da rua enladeirada e pouco movimentada, por onde o jogou com força e raiva, aos gritos: 
   - Nunca mais acredito em Santo do pau oco! 

II

SUBINDO A LADEIRA 

  Celibatário parou na escadaria da igreja na praça principal, desistindo de entrar. Iria fazer uma oração para Santo Antônio, como fazia todos os anos, esperançoso que um milagre lhe arranjasse uma esposa. 
   - “Pôrra! Esse santo do pau oco não faz nada por mim!” – pensou em voz alta, se lastimando pelo nome com que lhe batizaram. Deu meia volta e resolveu ir almoçar. 

  Ele tinha um pequeno escritório de contabilidade na cidade, instalado na própria residência, que lhe garantia modestamente o sustento. Ele era um sujeito magro, acanhado, sem nenhum atrativo físico; donzelo solitário, morava sozinho; metódico, sem vícios. 

  Sua vida se resumia ao trabalho e às missas domingueiras; saia apenas para tratar de assuntos do seu monótono cotidiano, para o café da manhã na padaria, idas eventuais ao único banco do lugar e para subir a ladeira que levava ao pequeno restaurante caseiro de Dona Lia, onde almoçava e jantava quase todos os dias e também onde encomendava marmitas entregues a domicílio. Estava fazendo frio e ele estava de casaco e chapéu. 
   
  Celibatário estava subindo a ladeira e viu umas pichações #ForaBolsonaro no muro alto ao lado da casa do coronel Cornélio e pensou como o pais estava se transformando numa merda, idiotas no comando, desdenhando do conhecimento e opinando sobre tudo e acima de todos... 

  Estava matutando sobre essas coisas, passando pelo casarão da solteirona Vitalina, quando um santo de madeira voando pela janela acertou bem no meio da sua testa, derrubando-o no chão. 

III

O FIM DO COMEÇO 

   Vitalina ouviu um grito de homem e debruçou-se na janela para espiar o que acontecera. 

   Assustada, viu que havia acertado o santinho na cabeça do homem, por onde escorria um filete de sangue. 
   
Chamou a mãe, Dona Edivirgem, e correram para acudir o infeliz. Com esforço, colocaram-no dentro da casa, no sofá da sala de visitas. Dona Edivirgem foi buscar a maletinha de farmácia e fizeram um curativo no pequeno ferimento do homem, que estava acordando. 
   - O que houve? Onde estou? - perguntou, passando a mão no curativo do lado da testa. 

  As duas se entreolharam e resolveram contar a verdade. Se desculparam e todos acharam graça. Convidaram o moço velho para almoçar e o instalaram no quarto de hóspedes. A mãe foi para a cozinha dar as ordens para o almoço e Vitalina ficou no quarto com Celibatário, acomodando o hóspede na cama, sentados lado a lado.

 Acharam estranho nunca haverem se encontrado numa cidade tão pequena, onde todos se conheciam. Se olharam longamente quando a coxa dela escostou na perna dele, causando arrepios e tremores libidinosos em ambos; ela sentiu a calcinha ficando molhada e olhou para o volume crescente entre as pernas do homem, que teve uma ereção jamais acontecida...então  o milagre aconteceu! 

  Estavam tão ansiosos, excitados e cheios de tesão guardada que se abraçaram e fizeram amor ali mesmo, sofregamente, entre cheiros, sabores, gemidos e sussurros abafados de prazer e gozo, em um demorado vai e vem gostoso e frenético de sensações alucinantes, quando foderam pela primeira vez na vida. 

  Se a mãe viu ou ouviu, fez que não viu nem ouviu... demorou para chamar o casal para almoçar... O pai estava na fazenda e foi o último a saber... 
   
Estão casados até hoje, com uma penca de filhos correndo pelo quintal do casarão. Atirou o Santo e acertou no milagre. 

É... O Santo também escreve certo por linhas tortas.

Bruno Steinbach. "Anjos Caídos". 
Acrílica/tecido preparado (estandarte), 100 x 140 cm, 1995, Mossoró, RN, Brasil. 

sexta-feira, 5 de junho de 2020

😷 KEEP CALM E FIQUE EM CASA!

       
😷 FIQUE EM CASA

   Somos humanos inteligentes, não cairemos em arapucas armadas pelo ardiloso capetão malvadeza com a sua milícia preparada para se infiltrar, dar o bote criando caos e justificar uma intervenção militar - armadilha típica dos bandidos covardes que são, pois estão com grupos milicianos (com e sem farda) bem armados e treinados para combate corpo a corpo. Mas não têm a nossa inteligência, coragem e resiliência. Não cairemos nessa tocaia, ainda não é hora de confronto físico, não há paridade de armas nesse tipo de embate e as consequências seriam desastrosas - como são todas as escolhas violentas; a hora é de estratégia. 
Muita calma nessa hora...

   Portanto, vamos continuar respeitando as orientações sanitárias do distanciamento social e deixar as ruas para os seus degenerados seguidores idiotas se aglomerarem, esbravejarem e se lascarem com o vírus - para decepção do verme genocida no seu projeto tupiniquim de eugenia. Vamos ficar observando das janelas reais e virtuais esses trogloditas se envenenando com remédios e tratamentos de charlatães, se contaminando pelo próprio negacionismo e engolindo corda do falso messias... Esperemos que o vírus faça o seu trabalho, nos livrando dos idiotas e revertendo contra eles sua ideia doentia de eugenia... O mundo será muito melhor sem esses brucutus.
   Afinal, somos 70% da população brasileira que não apoia esses fascistoides desqualificados e nós temos a inteligência para enfrentarmos a sua barbárie - com a internet a nossa disposição para nos organizarmos e esclarecermos os tolos desinformados, trazendo-os para o nosso lado, desmascarando e derrubando esses impostores dentro da legalidade da Justiça - que é o que nos diferencia desses psicopatas fanáticos, pervertidos, perversos e ignorantes - uma escória que odeia a arte, o conhecimento, a civilidade.

   A luta agora não é de "esquerda" contra "direita". A guerra atual no mundo inteiro é entre o Bem e o Mal. E nós somos o Bem; nós estamos na defesa da Natureza, da Justiça, dos mais fracos, oprimidos e  carentes; defendemos os ideais da Declaração Universal dos Direitos Humanos - liberdade, igualdade, fraternidade. Lutamos pela educação e pela ciência, pelo conhecimento e pela paz. Produzimos e apreciamos Arte - a verdadeira materialização do mundo espiritual -  a Música, a Literatura, a Dança, o Teatro, o Cinema, as Artes Plásticas... Lutamos pela civilização contra a barbárie... Defendemos a verdade única em todas as religiões: fazer o Bem. Sim, nós somos o Bem!

   "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer"... mas tem que saber fazer na hora certa; e a hora agora é para o inteligente ter calma e ficar em casa!



Leia:




Na imagem:
Pintura de Bruno Steinbach. "Brasília em Chamas" (catálogo 514). Painel em acrílica/tela, medindo 150 x 250 cm.13 de outubro de 2014. Parahyba, Brasil. Encomenda de Inaldo Leitão, Brasília - DF.


Que a honradez e a valentia do nosso povo, do brasileiro comum, trabalhador e desbravador - aqui representado na belíssima escultura "Os Guerreiros", mais conhecida como Os Candangos, de Bruno Giorgi - consigam reconstruir essa Nação, que, mesmo estando em chamas, conta com a esperança da Phoenix e das Asas Brancas, apoiada pelo braço justo e forte da Themis.As chamas são para acabar com as pragas antigas e para afastar as novas que lá se instalaram, iluminando a cena para a Themis sair da escuridão...



segunda-feira, 1 de junho de 2020

NOSSA CAPA DE JUNHO



No mês das festas juninas, tão importantes na cultura do povo nordestino, nossa capa de junho é uma homenagem ao grande Ariano Suassuna e à sua maravilhosa luta em defesa da cultura desse povo valente, honrado e inteligente que tanto amamos. É também uma agradável recordação de um grande encontro com o casal de amigos que me encomendou a pintura do painel - que virou a capa do livro do amigo professor em sua tese de doutorado.

Viva a amizade! Viva o Nordeste!

AO REDOR DO BURACO TUDO É BEIRA


Certo mesmo está o imortal Ariano Suassuna...

"A humanidade se divide em dois grupos: os que concordam comigo e os equivocados. E ao redor do buraco tudo é beira"

E assim vota o Brasil... equivocadamente (rss).




Bruno Steinbach. “Sagarana na Pedra do Reino de Ariano Suassuna e Guimarães Rosa”.
Pintura em óleo/tela, 80 x 163 cm. Dez 2012. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Coleção: Peterson Martins. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

A ENCOMENDA: O PRIMEIRO ENCONTRO

O meu amigo Peterson Martins escreveu o livro “Os Sertões Infinitos de Rosa e Suassuna” (sobre os pontos de convergência estética entre Ariano e Guimarães Rosa, tema da sua tese de doutorado). 

Em junho de 2012 visitou-me no atelier, acompanhado da sua encantadora esposa Tatiana Correia, quando me encomendou a pintura do painel cuja imagem ilustraria a capa do seu livro. 
Ao sabor do cafezinho feito na hora, coado em pano, a conversa fluiu agradável e interessante. Muito bom! Honrado por ter sido o escolhido para a tarefa e encantado com o casal, aceitei de pronto a empreitada, embora temeroso de não corresponder às expectativas dos amigos.

Mãos à obra!


Entre várias consultas às obras de Ariano, Cervantes e Guimarães Rosa e sempre escutando atentamente as ideias de Peterson Martins sobre a sua "estética hiper-regional na literatura brasileira" (constantemente me visitava e me ligava, mas sempre gentil e paciente), meti o pincel pra cima... e pra baixo; e pra tudo que é lado, fugindo das minhas pobres ideias preconcebidas e me libertando para navegar no universo fantástico desses grandes homens.


Entre suor, tintas e vinhos, o sonho foi transformando-se em realidade; embora de um realismo fantástico, espetacular, como não poderia deixar de ser. Afinal, nascemos para sermos espetaculares!


Cansado, após dias de árduo trabalho, fiquei matutando, qual "João Grilo" preguiçoso, uma maneira mais fácil de resolver um probleminha técnico... como colocar uma multidão seguindo os três cavaleiros em seus cavalos de pau, o povo seguindo a "Santíssima Trindade"? 

Observado pelo olhar espantado de Quixote e a severa expressão de Ariano, senti que eles queriam tanto quanto eu ver a obra pronta e bem feita.


Então decretei feriado, vesti a minha roupa de domingo - apesar de ser segunda-feira, e fui beber umas cervejas com frango assado na brasa, lá no quintal da minha amiga Cecília, onde há uma mesa exclusiva para mim, debaixo de uma aroeira novinha ainda mas que já ouviu e viu muita coisa interessante sob a sua agradável e convidativa copa. 
Nada como bater papo com gente simples e desinteressada para deixar a alma leve. Sempre frequento lugares onde gostem de mim, não apenas me aturem pelo que vou gastar.


No dia seguinte, uma grande caminhada pela praia do Cabo Branco, com direito a um bom banho de mar e ao "melhor coco do mundo", no quiosque dos meus amigos Francisco e Maria...


Agora sim: Pronto para acabar a encomenda!


E já com a ideia pronta na cabeça, concluí a pintura. Assinada e datada!

"Não sei, só sei que foi assim!"

Bruno Steinbach. “Sagarana na Pedra do Reino de Ariano Suassuna e Guimarães Rosa”.
Pintura em óleo/tela, 80 x 163 cm. Dez 2012. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Coleção: Peterson Martins. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

E a pintura virou capa de livro...

A capa do livro de Peterson Martins: “Os Sertões Infinitos de Rosa e Suassuna”

Está pronto o livro do amigo Peterson Martins, sobre a presença do hiper-regional nas obras de Ariano Suassuna e Guimarães Rosa. À venda nas melhores livrarias do Brasil. 
Eu tive o prazer e a honra de pintar para ele o painel cuja foto ilustra a capa do livro. Ele, generoso, fez questão de incluir minha foto com a biografia na “orelha” do livro, que além do trabalho acadêmico, mostra uma interessante entrevista com o escritor Ariano Suassuna. 

E a capa virou livro!

O convite para o lançamento

Peterson Martins e Tatiana Correia durante o prestigiado lançamento do livro, no "SEBO CULTURAL", em João Pessoa - PB (26/07/2013).

Sobre o livro: 

“A operação de Peterson Martins consiste em formalizar a tradução respectiva dos dois escritores em pauta para construir uma metateoria, um empreendimento da sua lavra. Tal é um dos traços de inovação do pesquisador: ele começa por investir discursivamente o espaço do Sertão (Homem e Natureza) dotando-o de um discurso análogo ao texto social da dita “maioria silenciosa”, desde o dia que descobriu uma tradição tida por genuína no engenho dos compadres Ariano e Guimarães. Dessas duas matrizes constitutivas do seu material discursivo do Sertão, ele leva à luz um Sertão que Fala com eles e pela mediação deles com ele.” (Prof. PhD. Sébastien Joachim – premiado pelo Governo Francês, em 2002, com a Chevalier De l´Ordre Dês Palmes Académiques)

Com a Cultura na cabeça...


Pra fazer o serviço completo, ajudei a carregar as caixas com os livros, antes da cerimônia de lançamento. Não deixo amigo no meio do caminho.

Uma pintura para Ariano


Um grande encontro de grandes homens:Ariano Suassuna e Peterson Martins!

Depois que escreveu o livro “Os Sertões Infinitos de Rosa e Suassuna” (sobre os pontos de convergência estética entre Ariano e Guimarães Rosa, tema da sua tese de doutorado) Peterson Martins foi visitar Ariano em sua casa para presentear o colega com uma reprodução em tecido - Giclée - da pintura que tive a honra de fazer para a capa do livro
Recado que recebi de Peterson:
”Bruno Steinbach Silva, Ariano Suassuna disse que foi um dos presentes mais honrosos que recebeu. Ficou maravilhado com sua obra! Tá vendo, meu amigo, eu te falei. Ele chamou “brincando” a composição de “Santíssima Trindade“.
Maravilha!

Cavalgando no tempo para a sua eterna morada na Pedra do Reino. 
* 6 de junho de 1927, João Pessoa, Paraíba, Brasil. 
+ 23 de julho de 2014 (87 anos), Recife, Pernambuco, Brasil. 

Vai o bravo Homem... 
Ficam a obra e a história na nossa memória. 
Afinal a imortalidade é manter-se na memória dos outros. 
E este Homem certamente existirá para sempre nas nossas lembranças. 
Lembranças eternamente fincadas na sua Pedra do Reino. 
Bravo! Avante, cavaleiro do espetáculo!