BEM-VINDOS!

PARAHYBA    BRASIL    ABRIL   2024

Este é o nosso BLOG, onde você conhecerá um pouco do ARTISTA e da sua OBRA, navegando nos generosos DEPOIMENTOS sobre a minha trajetória durante esses 50 anos de ATIVIDADE ARTÍSTICA E EXPOSIÇÕES e também em inúmeras REPORTAGENS na mídia. Acompanhará os projetos que estou realizando agora: PARAHYBAVISTA; JOÃO & MARIA; FLORESTA ARDENTE QUEIMADAS. Poderá acessar nossa GALERIA VIRTUAL, me acompanhar no INSTAGRAM e visitar a MINHA CIDADE...

Respire fundo e vá mergulhando... Siga o blog e dê uma espiadinha nas novidades que publico. Sem pressa... Foram anos de trabalho meticuloso para chegar até aqui, pertinho de você...


 VOLTAR PARA PÁGINA PRINCIPAL


Melhor visualizar em um computador/notebook/tablet, na versão para web

Postagem em destaque

A ARTE PRIMEVA DA HUMANIDADE: XAMÃ - PINTURA E FÉ NA CAVERNA!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

IN CONCERT: JULIANA STEINBACH E FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS


Filarmônica celebra Saint-Saëns

Para encerrar a celebração dos 100 anos de morte de Saint-Saëns, a Filarmônica de Minas Gerais mostra as múltiplas facetas do compositor francês em três obras. Da ópera “Sansão e Dalila”, a orquestra apresenta a “Bacanal”. A pianista brasileira Juliana Steinbach mostra o seu virtuosismo no CONCERTO PARA PIANO Nº 2 EM SOL MENOR, OP. 22.

Leia mais no Diário do Comércio
Filarmônica celebra Saint-Saëns: 

Juliana Steinbach "Esquentando as mãos",
antes do ensaio geral com a Filarmônica de Minas Gerais.

Os concertos serão realizados nesta quinta-feira (9) e sexta-feira (10), às 20h30, na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte-MG, com regência do maestro Fabio Mechetti, diretor Artístico e regente titular da orquestra.

O concerto terá presença de público, e a venda de ingressos está disponível no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. A apresentação de hoje também terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube.

Assista ao concerto online na página da Filarmônica no YouTube


Juliana Steinbach brindou o público com um bis: a Dança dos espíritos abençoados, balé composto por Christoph Glück em sua ópera Orfeu e Eurídice que Giovanni Sgambati transpôs para o piano. Bis favorito de Guiomar Novaes, que Nelson Freire sempre tocava em sua homenagem - como um código secreto -  e que Juliana Steinbach prestou assim uma homenagem aos dois, tocando o coração do público com a mais bela e comovente sensibilidade. Assista ao vídeo abaixo.




A franco-brasileira Juliana Steinbach nasceu em João Pessoa, na Paraíba, nordeste do Brasil. Mas aos três anos de idade foi morar em Lyon, na França, onde começou seus estudos musicais com a professora Paule Delorme. Foi aluna dos conservatórios de Lyon (CNR) e de Paris (CNSM), da Academia Pianística de Ímola, na Itália, bem como de residências artísticas em Tel Aviv, Israel, e do Centro de Artes de Belgais, em Portugal. Em maio de 2007, formou-se na Juilliard School, em Nova York. Juliana Steinbach foi solista das sinfônicas de Toulon (França), Savary (Hungria), Mav de Budapeste (Hungria), Rishon Le Zion (Israel), da Paraíba, a Sinfônica e Lírica de Paris, a Filarmônica de Nice e as orquestras de Colonne de Paris, do Conservatório de Paris e a Rundfunk Blasorchester Leipzig (Alemanha). Em 2017, publicou seu disco mais recente, Pictures, com obras de Liszt, Debussy e Mussorgsky.
Mora atualmente em Paris e participa de grandes eventos musicais em várias partes do mundo.

Leia também:


Davi Graton (violino), Emmanuele Baldini (violino), Peter Pas (viola), Rodrigo Andrade (violoncelo) e Juliana Steinbach (piano).

Juliana Steinbach (piano) e o Quarteto Osesp (Emmanuele Baldini, Davi Graton, Peter Pas e Rodrigo Andrade)
Domingo, dia 28 de novembro, 18 horas: concerto de câmera na Sala São Paulo. 

Mais informações na página do site da Filarmônica: TRÊS MOMENTOS DE SAINT-SAËNS Fabio Mechetti, regente Juliana Steinbach, piano https://www.filarmonica.art.br/concertos/agenda-de-concertos/tres-momentos-de-saint-saens/

A Filarmônica Minas Gerais. Foto: Eugenio Savio

Rua Tenente Brito Melo, 1090 
Belo Horizonte - MG
 +55 (31) 3219-9000


segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A NAU VAGANTE


Todo dia é dia da Terra
e dela cuida bem quem nunca erra.
Aproveita bem a tua vida, a tua linda jornada...
Zela o caminho que vale mais que a chegada.
Cuida da tua única nau vagante nesse universo instigante,
estrelando bem o sonho do bom viajante.


UMA JÓIA RARA NO UNIVERSO HOSTIL


Nosso único abrigo sendo destruído por uma praga chamada homo sapiens, cuja grande maioria dos seus indivíduos nada têm de sábios e é o único animal que destrói o nosso planeta lindo.

O AVISO DA TERRA

As pandemias e os cataclismas são a resposta do planeta para se proteger desses predadores. As catástrofes climáticas e a peste são um aviso do planeta que chora pela ingratidão dos seus péssimos inquilinos.


Cientistas alertam:
A humanidade está quase condenada por suas atitudes
Texto reproduzido do site OLHAR DIGITAL
(Por Kaique Lima, editado por André Lucena 27/04/2021 05h22, atualizada em 28/04/2021 18h)4)3


Um grupo de cientistas da Universidade Flinders, na Austrália, publicou um artigo alertando que a humanidade estaria “quase condenada” por conta de suas próprias atitudes. Segundo os estudiosos, a escala das ameaças motivadas pelas mudanças climáticas e a perda da biodiversidade induzida pelo homem pode ter efeitos ainda mais graves do que se imagina atualmente.

No estudo publicado na revista Frontiers in Conservation Science, os pesquisadores alertam para um “futuro medonho”, que envolveria uma extinção em massa e até mesmo o fim da nossa espécie. “A humanidade está causando uma rápida perda de biodiversidade e, com ela, a capacidade da Terra de sustentar vidas complexas”, disse o autor principal e ecologista, Corey Bradshaw.

Os pesquisadores afirmam que os líderes mundiais precisam de um “banho frio” sobre o estado ambiental do planeta, tanto para melhorar o planejamento, quanto para ações efetivas para evitar que esse futuro seja de curto ou médio prazo.

“O mainstream está tendo dificuldade em compreender a magnitude dessa perda, apesar da erosão constante da estrutura da civilização humana”, declarou Bradshaw. “Na verdade, a escala das ameaças à biosfera e todas as suas formas de vida é tão grande que é difícil de entender mesmo por especialistas bem informados”, completou o professor.

Principais agravantes

Para os especialistas, líderes mundiais não estão prontos para os desafios que se avizinham. Crédito: ONU/Divulgação

Para Bradshaw e sua equipe, a humanidade ter chegado nessa situação se deve a um pensamento que não coloca as questões ambientais como prioridade. “O problema é agravado pela ignorância e pelo interesse próprio de curto prazo, com a busca por riquezas e interesses políticos atrapalhando a ação que é crucial para a sobrevivência”, disparou o especialista.

Já para o professor Paul Ehrlich, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, um dos coautores do estudo, nenhum sistema político, econômico ou liderança está pronto para lidar com os desastres que devem acontecer. Segundo ele, sequer seria possível se preparar para os desastres previstos para o nosso futuro.

“Parar a perda de biodiversidade está longe de estar no topo das prioridades de qualquer país, ficando muito atrás de outras preocupações como emprego, saúde, crescimento econômico ou estabilidade monetária”, reclamou o acadêmico.




domingo, 5 de dezembro de 2021

JULIANA STEINBACH: CONCERTO EM HOMENAGEM A NELSON FREIRE NA SALA CECILIA MEIRELES


Ontem, às 16h, a Sala prestou uma homenagem ao pianista Nelson Freire.
https://youtu.be/3R-yVLDgrBA?t=4641 Sala Cecília Meireles - Online em 4/12/21
Os pianistas Erika Ribeiro , Juliana Steinbach , Lucas Thomazinho e Pablo Rossi , apresentam obras de Chopin, Villa-Lobos, Schubert, Glück e Schumann, primorosamente interpretados pelo grande mestre durante sua carreira.

Foi lindo, tudo muito lindo! Excelente produção!
Todos virtuoses... e a minha menina tocou divinamente, como sempre, com muita emoção.
Também fiquei emocionado, chorei, aqui, isolado na caverna. Brilhante e vibrante a sua interpretação de "Festa no Sertão" de Villa-Lobos. E sei que uma estrela recém-encantada brilhou mais intensamente no céu com "Dança dos espíritos abençoados", de Christoph Glück.
Uma belíssima homenagem a Nelson Freire.
Bravo!

O concerto contou com presença de público e transmissão ao vivo pelo canal de YouTube da Sala Cecília Meireles e TV ALERJ.
A Sala Cecília Meireles segue os Protocolos de Segurança Sanitária da FUNARJ.

A imagem é uma foto de Juliana Steinbach.


Sala Cecília Meireles/FUNARJHomenagem a Nelson Freire

@salaceciliameireles 
Rua da Lapa, 47 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20021-170
Nelson Freire

Juliana Steinbach realiza concertos  em tributo a Nelson Freire

 A seguir, matéria publicada originalmente por Joel Cavalcanti na edição impressa do Jornal paraibano "A UNIÃO" de 28 de novembro de 2021
Steinbach chegou a trocar partituras e dividir o piano, tocando a quatro mãos em concertos com Freire

Steinbach chegou a trocar partituras e dividir o piano, tocando a quatro mãos em concertos com Freire


Nos últimos sete anos de vida de Nelson Freire, um dos maiores pianistas de todos os tempos – morto no início deste mês, a amizade com a pianista paraibana Juliana Steinbach havia se estreitado bastante. Eles trocavam partituras, dividiam o piano tocando a quatro mãos em concertos dentro e fora do país e faziam parte do vínculo familiar um do outro. Radicada na França, hoje ela começa uma turnê pelo Sudeste, em que todas as notas serão em homenagens ao gênio da música, conhecido por seu virtuosismo e pela sua sensibilidade poética.

Iniciando na Sala São Paulo, na capital paulista, Juliana se apresenta às 18h acompanhada do quarteto Osesp, com peças franco-brasileiras e alemãs no repertório. Depois ela ainda segue, no dia 4, para a Sala Cecília Meirelles, no Rio, local da última apresentação de Nelson Freire. Com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e a presença de parentes do mineiro de Boa Esperança, a pessoense tocou o concerto de Saint-Saëns, nos dias 9 (com transmissão pelo YouTube da orquestra) e 10 de dezembro. A temporada se encerra no dia 29 de dezembro com o concerto ‘O Imperador de Beethoven’, no Instituto Baía dos Vermelhos, em Ilhabela (SP), onde ambos se apresentaram tantas vezes.

O primeiro encontro de Juliana Steinbach com Nelson Freire aconteceu em 1999, em Buenos Aires, em um episódio insólito para a pianista. Ela havia sido furtada nos bastidores do Teatro Colón e ficou sem os passaportes brasileiro e francês. Nelson usou, então, de sua influência e, com apenas uma ligação para o embaixador, providenciou para o dia seguinte os novos documentos para a jovem de 20 anos. Decorridos 15 anos desse encontro, eles começaram a desenvolver a amizade que marcaria a trajetória afetiva e profissional de ambos. “Foi uma amizade baseada na música, inicialmente, e com a grande chance que eu tive de acompanhar os últimos sete anos de auge da carreira dele. Foi um período que ele atingiu um nível excepcional e histórico do piano internacional”, destaca a paraibana.

A conexão se dava apesar da diferença de 35 anos de idade que separava os dois. Todas às vezes que Nelson se apresentava na França, após os concertos, ou quando Juliana vinha ao Brasil, eles se visitavam. Costumavam comparar os repertórios e sugerir composições. Nelson sempre levava consigo partituras de música brasileira para que a Juliana pudesse aprender com o mestre. “Foi um privilégio ter um diálogo musical com um gigante como Nelson Freire”, diz ela sobre um dos cinco maiores intérpretes de Beethoven, Chopin e Mozart do século.

A relação saltou dos pianos para se tornar familiar. Nelson acompanhou o nascimento da filha de Juliana, hoje com 4 anos. A menina recebeu o nome de Olympe Guiomar, em uma homenagem a Guiomar Novaes (1894-1979), pianista brasileira muito admirada por Nelson. “Ele incluiu a gente também muito naturalmente na vida familiar dele. Nelson queria que fôssemos um ciclo muito próximo da vida dele”, revela. A amizade entre os dois suplantava a figura que Juliana tinha de Nelson como de um tutor, ou de padrinho, como se refere a ele. “A vida de um pianista internacional é muito solitária. Quando você encontra pessoas com quem você possa dialogar de um jeito muito simples, com quem você possa ser quem você é, é realmente um presente”, considera ela. Eles também realizavam programas a quatro mãos, quando os dois pianistas dividem o instrumento ao mesmo tempo. “Isso foi realmente um privilégio, porque o Nelson Freire só tocava em duo com a Martha Argerich. Esse foi um imenso sinal de confiança comigo”, conta Juliana sobre a pianista argentina e grande amiga de Nelson.

Os pianistas chegaram a dividir alguns recitais no Brasil, em Ilhabela (SP), e em um festival criado por Juliana, na Borgonha, centro-leste da França. Foi durante a apresentação no Litoral Norte do Estado de São Paulo que Juliana teve mais uma demonstração da generosidade de Nelson Freire. O músico costumava tocar durante o bis a peça ‘Melodia’, da ópera ‘Orfeu e Eurídice’, de Christoph Willibald Gluck e Giovanni Sgambati, tal qual fazia Guiomar Novaes, a quem ele sempre homenageou. Mas, naquela noite, Nelson não tocou a sua música como de costume. “Eu fui vê-lo no camarim, e perguntei porque ele não havia tocado Gluck. Ele me respondeu: ‘Deixei para você’”, lembra ela. Na sua apresentação no Rio de Janeiro, Juliana manterá a tradição de Nelson Freire e tocará ‘Orfeu e Eurídice’. “Esse será meu código secreto de admiração e carinho entre as gerações de pianistas brasileiros”, confidencia.

Os últimos dois anos de Nelson Freire foram de bastante dificuldades. O maestro sofreu um acidente enquanto caminhava pela calçada da praia, no Rio de Janeiro, em outubro de 2019, e quebrou o ombro. Esse evento viria a ser decisivo na vida dele, que não conseguiu recuperar plenamente as suas capacidades pianísticas. Os meses que antecederam sua morte foram de grande sofrimento e de isolamento acentuado causado pela pandemia. Um afastamento longo demais para quem amava o piano acima de tudo. “A gente continuou se falando por telefone, mensagens, e-mails, mas pouco a pouco ele foi se isolando cada vez mais. Nas últimas semanas eu quase não tive mais contato com ele. Um músico como Nelson Freire vive na música. A música é a sua vida inteira. Existem poucas alegrias e realizações fora disso. Claramente, isso afetou de maneira vital o cotidiano dele nos últimos meses”.



Pianista Juliana Steinbach relembra Nelson Freire
publicado por Jorge Coli* na sua coluna da 
Revista CONCERTO 22/11/2021

Nelson veio duas vezes ao Festival de Musique em Charolais-Brionnais que eu organizo. Apaixonou-se pelo lugar, que lhe lembrava Minas Gerais.

A pianista franco-brasileira Juliana Steinbach, amiga próxima de Nelson Freire, falou um pouco para mim sobre a amizade de ambos.

“Nosso primeiro encontro foi em 1999, com Nelson e Martha (Argerich), no Teatro Colón. Eu me sentia intimidada diante daqueles gigantes do piano. Depois, o tempo passou. Só em 2014, quando eu já desenvolvia minha carreira de concertista, fui vê-lo em seu camarote depois de um recital que ele dera na sala Pleyel. Nossa amizade começou então de um jeito muito natural: parecia que sempre tínhamos nos conhecido. Muito caloroso, Nelson me deu um lugar em sua vida. Ele estava num apogeu musical: foi um privilégio para mim acompanhar de perto esse período. Tinha um repertório muito variado, e cada vez que realizava um concerto ou recital, me convidava, jantávamos juntos. Passei a frequentar a casa dele. Nossa amizade foi muito forte e de grande familiaridade, visitas, almoços, jantares, em Paris, no Rio, na casa de meus pais, em Lyon: ouvir e falar de música, ver filmes. Ele acompanhou o nascimento de minha filha, Olympe Guiomar, que tem seu nome em homenagem a Guiomar Novaes, por causa da admiração de Nelson pela grande pianista.

Você sabe que eu fui criada na França. Nelson me reconheceu como intérprete, pianista, brasileira. Fazia questão de falar português e me tratar como artista brasileira. Eu me sentia ouvida, reconhecida, como intérprete. Foi como um padrinho.

Ele me sugeria obras do repertório brasileiro, mesmo que não tivesse tocado, mas que queria que eu tocasse. Tocar com ele, nos mesmos recitais, foi um processo muito natural. Nelson era pleno de música. Era uma lição sem palavras tocar com ele a quatro mãos. Tinha um incrível balanço entre autoridade e ternura, que vinha da música. Queria um respeito absoluto do texto, mas não no sentido musicológico: era antes intuitivo. Grandíssima intuição e análise não verbalizada. Grande humildade na frente do texto, como se fosse ainda um estudante. Tocamos Mozart, Grieg, Ravel Brahms e Villa-Lobos a quatro mãos. Foi incrível tocar Villa-Lobos com ele. Tinha uma energia vital, sentindo a inspiração popular de Villa-Lobos. Balanço entre um sentido rítmico agudo e uma grande liberdade. Nelson era de balança, como signo astrológico: temperamental e doce. No recital de Ilhabela – você estava lá – ele tocou na primeira parte e generosamente me cedeu a segunda. Não tocou o Gluck em bis, como sempre fazia, mas me deu a partitura e disse: deixei para você!

Não foi meu professor, pois nos conhecemos quando já estava formada. Mas, depois de me ouvir na Sala Cecília Meireles, convidou-me para sua casa, pôs um disco da Guiomar Novaes com o mesmo repertório, e ficamos ouvindo. Foi um legado, senti que estava comunicando sugestões para mim. Guiomar, Nelson e eu somos muito diferentes do ponto de vista musical, mas havia comunicação por meio de admiração e carinho. Você foi o primeiro, aliás, que me associou a Guiomar Novaes com seu artigo na Folha, quando eu dei meu recital do prêmio na Cité de la Musique em Paris.

Nós tínhamos acertado fazer, juntos, uma grande turnê pelo Brasil, nos teatros históricos – Manaus, Belém, João Pessoa, Recife e outros. O final seria com um concerto com orquestra em São Paulo: foi pouco antes do acidente que afetou seu ombro, e infelizmente isso não ocorreu.

Nelson tinha uma cultura musical gigante, e sabia muito mais do que eu. Por vezes me perguntava: como você toca tal passagem, tal dedilhado? E me ensinava, com muita humildade. Era muito livre. Martha é muito afetuosa, mas tem muita gente em volta de si. Nelson era mais solitário. E nossas conversas, sobre Beethoven ou Brahms, por exemplo, eram de pianistas que têm repertório comum. Ele me trazia partituras do Brasil, e sugeria obras que passaram de moda, mas que eram populares no tempo de Guiomar Novaes. Perguntava: não quer fazer um revival? Obras raras, como o concerto de MacDowell. E coisas brasileiras: as valsas de Gnatalli, que ele dizia ravelianas. E o Concerto nº 2 de Saint-Saëns, que vou tocar em dezembro com a Filarmônica de Minas Gerais. Quando minha filha nasceu, ele me trouxe uma gravação dele próprio desse concerto, e disse para eu aprender essa obra. Você imagina a minha alegria em tocá-la agora, com a mesma idade que ele tinha quando gravou o disco.”

Juliana Steinbach apresenta-se no dia 28, em recital na Sala São Paulo com o Quarteto Osesp; veja mais informações aqui.

*Jorge Coli é professor de História da Arte e da Cultura na Unicamp e colunista da Revista CONCERTO.

Leia também, por Jorge Coli:
Juliana Steinbach (piano) e o Quarteto Osesp (Emmanuele Baldini, Davi Graton, Peter Pas e Rodrigo Andrade)
Domingo, dia 28 de novembro, 18 horas: concerto de câmera na Sala São Paulo. 


UMA PARAIBANA EM PARIS

A franco-brasileira Juliana Steinbach nasceu em João Pessoa, na Paraíba, nordeste do Brasil. Mas aos três anos de idade foi morar em Lyon, na França, onde começou seus estudos musicais com a professora Paule Delorme. Foi aluna dos conservatórios de Lyon (CNR) e de Paris (CNSM), da Academia Pianística de Ímola, na Itália, bem como de residências artísticas em Tel Aviv, Israel, e do Centro de Artes de Belgais, em Portugal. Em maio de 2007, formou-se na Juilliard School, em Nova York. Juliana Steinbach foi solista das sinfônicas de Toulon (França), Savary (Hungria), Mav de Budapeste (Hungria), Rishon Le Zion (Israel), da Paraíba, a Sinfônica e Lírica de Paris, a Filarmônica de Nice e as orquestras de Colonne de Paris, do Conservatório de Paris e a Rundfunk Blasorchester Leipzig (Alemanha). Em 2017, publicou seu disco mais recente, Pictures, com obras de Liszt, Debussy e Mussorgsky.
Mora atualmente em Paris e participa de grandes eventos musicais em várias partes do mundo.


Série Sala Digital PROGRAMA: Heitor Villa-Lobos(1887-1959) - Valsa da Dor Frédéric Chopin (1810-1849) - Mazurka, op. 17, nº 4 - Barcarolle em Fá sustenido maior, op. 60 Erika Ribeiro, piano Franz Schubert (1797-1828) Fantasia Wanderer em Dó maior, opus 15, D.760 Pablo Rossi,piano Heitor Villa-Lobos(1887-1959) - Rudepoema Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993) Toccata Lucas Thomazinho, piano Christoph Glück (1714-1787) - Dança dos espíritos abençoados Robert Schumann (1810-1856) Fantasia op. 17 I - Durchaus phantastisch und liedenschaftlich vorzutragen Heitor Villa-Lobos(1887-1959) - Festa no Sertão Juliana Steinbach, piano Governo do Estado do Rio de Janeiro Governador Cláudio Bomfim de Castro e Silva Secretária de Cultura e Economia Criativa Danielle Barros Presidente da FUNARJ José Roberto Gifford Diretor da Sala Cecília Meireles João Guilherme Ripper Sala Cecília Meireles Chefe da Divisão Artística Mônica Diniz Chefe da Divisão Administrativa Silvio César M. Santos Coordenador Técnico Sérgio Santos Administração de Processos Luana Heitor Assistente Administrativo Fernando Ferreira Assessoria de Projetos Educativos Andreia Severo Produção Isabel Zagury Assessoria de Imprensa Marcus Veras | Coringa Comunicação Assessoria de Redes Sociais e Desenvolvimento de Conteúdo Júlia Rónai Comunicação Visual Marcio de Andrade Fotografia Vitor Jorge Setor Operacional Valdeci da Silva Palco Paulo Sérgio Duarte Marcos Aurélio Reis José Ramos Filho André Luiz de Souza Iluminação Paulo Sérgio Duarte André Luiz de Souza Bilheteria Alberto Carlos de Oliveira Janete Nogueira Monique Gonçalves Serafim Portaria José Elias de Albuquerque Gilberto Figueiredo Daniel Pereira Ilson Fernandes Luiz Fernando Xavier Sadraque Máximo Camarins Ademaise Damasceno Rogéria Silva Marques Apoio Administrativo Alba Almina de Azevedo Negócios e Relações Institucionais Ártemis Priscilla Cadette Letícia Santos Associação dos Amigos da Sala Cecília Meireles Presidente Wilton Queiroz de Araujo Vice-Presidente Nelson de Franco Primeiro Tesoureiro Eduardo Jardim Freire Conselho Deliberativo Angela Martins de Souza Simone Pinto M. de Oliveira Conselho Fiscal José Gustavo Feres Relacionamento com Associados Nathália Soares Márcia Ibraim ALERJ Presidente André Ceciliano TV ALERJ Direção TV Alerj Luciano Silva Técnico Responsável Marcelo de Freitas Diretor de TV Anderson Silva Assistente Técnico de Sistema Jorge Gabriel Alberto Ribeiro Assistente Técnico Leandro Sant'Anna Tecnologia da Informação João Vitor Mendonça Washington Siqueira Jonatha Moreno Operador de Áudio Daniel Silva Lopes Operadores de Câmera Alexandre Coppe Elton Moura Ricardo Domingos Gabriel Torraca Paulo Cardozo José Carlos Diego Campanhã Auxiliares de Câmera Matheus Almeida Vinicius Siqueira Marcos Olympio Genésio Gonçalo Fernando Pinheiro Junior Barbosa Operadoras de Caracteres Selma Regina Julia Rodrigues Vanessa Duarte