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PARAHYBA    BRASIL    ABRIL   2024

Este é o nosso BLOG, onde você conhecerá um pouco do ARTISTA e da sua OBRA, navegando nos generosos DEPOIMENTOS sobre a minha trajetória durante esses 50 anos de ATIVIDADE ARTÍSTICA E EXPOSIÇÕES e também em inúmeras REPORTAGENS na mídia. Acompanhará os projetos que estou realizando agora: PARAHYBAVISTA; JOÃO & MARIA; FLORESTA ARDENTE QUEIMADAS. Poderá acessar nossa GALERIA VIRTUAL, me acompanhar no INSTAGRAM e visitar a MINHA CIDADE...

Respire fundo e vá mergulhando... Siga o blog e dê uma espiadinha nas novidades que publico. Sem pressa... Foram anos de trabalho meticuloso para chegar até aqui, pertinho de você...


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Postagem em destaque

A ARTE PRIMEVA DA HUMANIDADE: XAMÃ - PINTURA E FÉ NA CAVERNA!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Se Todos Fossem Iguais a Você

“Lala” © 2004 by Bruno Steinbach - Todos os direitos reservados.

Vai tua vida
Teu caminho é de paz e amor
A tua vida
É uma linda canção de amor
Abre teus braços e canta a última esperança
A esperança divina de amar em paz
Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz
Amar sem mentir, nem sofrer
Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você

"Retrato de Lala"( Alaíde Maria Fernandes Fonsêca )
Um grande amor!
Uma mulher linda, fascinante, brilhante... Maravilhosa!
Tão maravilhosa que Deus não teve paciência de esperar que envelhecesse ... e a levou, muito antes da hora!
Óleo / papel cançon, 66 x 48 cm, 1987,Camboinha , Cabedelo - Paraíba, Brasil.
Acervo do Artista.




sábado, 29 de novembro de 2008

Soneto de Fidelidade

© 2001 Bruno Steinbach - Todos os direitos reservados.
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

Vinicius de Moraes

terça-feira, 25 de novembro de 2008

JOSÉ




© 1989 Bruno Steinbach - Todos os direitos reservados.

José

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? E agora, você? Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta?
E agora, José?
Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio – e agora?
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse...
Mas você não morre,você é duro, José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José!

José, para onde?


Carlos Drummond de Andrade




domingo, 23 de novembro de 2008

CABO BRANCO

Imagem: Bruno Steinbach. "Cabo Branco 7". Infogravura/esboço, Parahyba, Brasil. 2008.

CABO BRANCO

Extremo Cabo Branco

estanho trampolim

ao contemplar o atlântico

o mar mergulha em mim

Lúcio Lins

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ABRAÇO

"Abraço". Bruno Steinbach, Óleo/tela, 100x80 cm, 2004, João Pessoa-Pb.
Abraça-me
porque o tempo passa e não retorna.
Aperta-me em teus abraços
Antes que eu me arrependa.
O tempo nunca se mostrou amigo,
Abraça-me e me faz esquecer o tempo.
O tempo esquece os sonhos
e passa por cima dos planos
e nossos sonhos se perdem.
O tempo passa e não volta o mesmo.
Abraça-me antes que tudo seja esquecido.
Aperta-me em seus braços
Antes que o lamento chegue.
Eu quero estar em seus braços
Para que o tempo passe por nós
Deixando-nos para sempre juntos...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

2ª Mostra de Arte e Cultura Negra, hoje no CASARÃO 34


Convidamos você e sua família para prestigiarem a abertura da 2ª Mostra de Arte e Cultura Negra, promovida pela Prefeitura de João Pessoa, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Fundação Cultural de João Pessoa e demais parceiros. A Mostra conta com esculturas, fotografias, pintura e objetos de artistas da Paraíba. Esta programação faz parte das ações alusivas ao Mês da Consciência Negra e estará em cartaz até o dia 01 de dezembro. Conforme programação anexa.

Abertura da Mostra: Hoje, 20 de novembro de 2008.
Hora: 19h00
Local: Unidade Cultural Casarão 34

Ressaltamos que as outras ações, como apresentação músical, dança, performances serão realizadas no pátio da Arquidiocese da Paraíba, em frente ao Casarão 34.

Aguardamos vocês.
Um forte abraço.



Lu Maia








quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Beijo

Florbela Espanca
Realidade
Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorgeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...
Embriagou-me o teu beijo como um vinho Fulvo de Espanha, em taça cinzelada... E a minha cabeleira desatada Pôs a teus pés a sombra dum caminho...
Minhas pálpebras são cor de verbena, Eu tenho os olhos garços, sou morena, E para te encontrar foi que eu nasci... Tens sido vida fora o meu desejo E agora, que te falo, que te vejo, Não sei se te encontrei... se te perdi

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ARTE SEM FRONTEIRAS NO CENTRO CULTURAL DE SÃO FRANCISCO

Acabo de receber o convite que reproduzo a seguir.
Será na próxima sexta-feira, 21 de novembro, às 19:00 hrs.
Sucesso para as meninas!

















APOIO:

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ALBERTO LACET HOJE NO CASARÃO 34 !

ALBERTO LACET - PINTURAS

Lançamento do livro / Catálogo do Artista
Casarão 34
sexta-feira, 14 de novembro, às 19:30 hrs.
Hoje à noite será o lançamento do livro do meu velho amigo Alberto Lacet. Um acontecimento importante para as nossas Artes Plásticas que eu não poderia deixar de registrar.
Com tanto desperdício de tinta e de outros "materiais plásticos" acontecendo por aí, seguido de outro tanto de desperdício de palavras e de papéis para justificar o desperdício primeiro, a sua Arte é um conforto para o nosso espírito e um prazer para os nossos olhos.
Que bom ainda existirem pintores como você!
Sucesso Lacet!
O artista plástico registra parte de seu trabalho nas últimas quatro décadas. Na oportunidade serão apresentadas algumas de suas pinturas.
Livro ‘Pinturas’, sobre o trabalho de Alberto Lacet, será lançado nesta sexta
O pintor Alberto Lacet lança, às 19h desta sexta-feira (14), o livro ‘Pinturas’, no Casarão 34, na Praça Dom Adauto, Centro da Capital. O trabalho reúne 100 imagens de quadros em óleo sobre tela, que marcaram a trajetória do artista, nas últimas quatro décadas, e representam cerca de 40% de tudo o que pintou na sua vida. De uma família de desenhistas, o pintor se especializou em retratar figuras humanas e conseguiu em vários trabalhos unir os estilos figurativo e abstrato e, como ele mesmo diz, foi muito feliz ao fazer isso.Alberto Lacet diz que o catálogo é resultado de um trabalho duro de seleção e de busca por obras que marcaram fases e momentos da sua carreira. “Quis guardar a memória do que fiz nas últimas quatro décadas e o projeto durou dois anos. Digo que não sou um artista de exposições individuais, porque não costumo guardar trabalhos. Pinto e, por isso, foi tão trabalhoso reunir as obras, muitas estão em outros Estados e no exterior. Também não pinto grandes quantidades. Sou minucioso, detalhista, produzo lentamente e dedico tempo a um quadro. Nesse livro, consegui reunir 40% de tudo o que fiz”, disse.O artista diz que sua obra não lhe pertence e nem a quem a adquiriu. “Embora tendo uma propriedade material, a arte é transcendental, não pertence ao pintor e nem ao proprietário da obra, mas à cultura, ao povo. Por isso, quis reunir algumas obras nesse catálogo para dividir com todo mundo o meu trabalho”, disse. No livro, o pintor faz uma análise do momento atual da sua arte, situando-a no cenário atual marcado pela revolução tecnológica. O catálogo ainda traz textos do escritor pernambucano, Fernando Monteiro, e da doutora em História da Arte, Madalena Zácara.Alberto Lacet vem de uma família de desenhistas e cresceu exercitando essa arte. Aos oito anos ganhou da mãe sua primeira aquarela, mas só fez o primeiro trabalho profissional na década de 80 e se especializou na técnica óleo sobre tela. “Em alguns trabalhos, tratei as figuras humanas com um misto de arte abstrata. Geralmente se constrói sobre um ou outro estilo, figurativo ou abstrato. Uni a figura e a abstração e acho que fui muito feliz”, disse, acrescentando que não consegue destacar um ou outro trabalho registrado no catálogo, porque cada um denota um momento, uma guinada na sua carreira, uma mudança de fase.Homenagem – Lacet diz que o livro é uma homenagem a uma figura folclórica do Sertão que foi um grande pintor, falecido há 20 anos: o Zezinho Pintor, do município de Patos. “Ele era um grande pintor, mas não foi reconhecido. Pintava de tudo, desde santos das igrejas até peças para o comércio. Sua oficina era uma verdadeira loucura. Ele me influenciou. Ele alimentou o mito do pintor em mim. Quando eu tinha nove anos fiz um retrato de Jonh Kenedy e minha mãe levou pra ele ver. Ele elogiou demais e, escondido dela, me deu um dinheiro. Para mim, foi um prêmio. Esse artista foi muito importante para a cultura, mas foi esquecido e nunca foi reconhecido. Patos é uma cidade grande e que cresce todo dia, mas não há nada lá que lembre Zezinho Pintor”, lamentou.Alberto Lacet nasceu em Teixeira em 1954 e fundou, em 1979, o Ateliê Coletivo do Museu de Artes Assis Chateuabriand, na cidade de Campina Grande, onde morou por cerca de quatro anos. Mudou-se para João Pessoa em 1982, onde vive e trabalha até hoje. Já fez duas exposições individuais em Portugal e Espanha e participou de várias coletivas em outros países.
Fonte: paraibanews.com
Rua Visconde de Pelotas, 34 - Praça Dom Adauto - Centro. Cep: 58.010-680 João Pessoa-PB
(83) 3218.9708 - 8863.0835 casarão34@gmail.com

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

VOLÚPIA

Florbela Espanca Volúpia No divino impudor da mocidade, Nesse êxtase pagão que vence a sorte, Num frêmito vibrante de ansiedade, Dou-te meu corpo prometido à morte! A sombra entre a mentira e a verdade... A nuvem que arrastou o vento norte... Meu corpo! Trago nele um vinho forte: Meus beijos de volúpia e de maldade! Trago dálias vermelhas no regaço... São os dedos do sol quando te abraço, Cravados no teu peito como lanças! E do meu corpo os leves arabescos Vão-te envolvendo em círculos dantescos Felinamente, em voluptuosas danças...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Para Entender Uma Mulher



Bruno Steinbach. "Mulher dormindo".
Óleo / tela, 100 x 120 cm, jun 2006, Brasília - DF. Coleção: Érica Chianca, Brasília - DF.

Para Entender Uma Mulher
Carlos Drummond de Andrade

Para entender uma mulher 
é preciso mais que deitar-se com ela...
Há de se ter mais sonhos e cartas na mesa que se possa prever nossa vã pretensão...
Para possuir uma mulher é preciso mais do que fazê-la sentir-se em êxtase numa cama,
em uma seda, com toda viril possibilidade...
Há de se conseguir fazê-la sorrir antes do próximo encontro.

Para conhecer uma mulher, 
mais que em seu orgasmo, tem de ser mais que amante perfeito...
Há de se ter o jeito certo ao sair, e fazer da saudade e das lembranças, todo sorriso...
O potente, o amante, o homem viril, são homens bons...
bons homens de abraços e passos firmes...
bons homens pra se contar histórias...
Há, porém, o homem certo, de todo instante: O de depois!

Para conquistar uma mulher,
mais que ser este amante, há de se querer o amanhã,
e depois do amor um silêncio de cumplicidade...
e mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.
É esperar amanhecer, e nem lembrar do relógio ou café...
Há que ser mulher, por um triz e, então, ser feliz!

Para amar uma mulher, 
mais que entendê-la,
mais que conhecê-la, mais que possuí-la,
 é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido,
e também ser possuído e, ainda assim, também ser viril...

Para amar uma mulher, 
mais que tentar conquistá-la, há de ser conquistado...
todo tomado e, com um pouco de sorte, também ser amado!

*****

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Após o banho, nua


"Aparição 1"
Bruno Steinbach, Infogravura/esboço, 2008, Paraíba, Brasil.


Fernando Py

Após o banho, nua

ainda, o corpo úmido

ao meu encontro, visão,

relembro, cálido êxtase,

os seios entrevistos

no decote frouxo, agora, nua,

toalha molhando-se, ressurgem

após o banho,

fremindo, suave embalo, avidez

de língua e mãos, nua, vens,

perfume, sulcos na pele,

ansiada espera, curvas, a entrega

ao meu olhar, bocas, rosa

túmida, pétala, sucção, espuma,

resplandeces para mim, nua,

após o banho.



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"O PICASSO DAS RUAS"




Um bom exemplo a ser seguido pelos nossos "pichadores de rua..."



Julian Beever é um artista inglês de chalk art (arte com giz) que utiliza a técnica de projeção conhecida como anamorfose, onde o artista cria uma ilusão de ótica 3 D quando a imagem é observada de certo ângulo. Ele tem trabalhado por várias partes do mundo, fazendo os seus desenhos com giz. Nos últimos 15 anos Julian tem produzido centenas de peças em locais em toda a Europa. Ele trabalha para várias empresas como freelancer, criando murais em campanhas promocionais. Em média, o artista leva cerca de três dias para finalizar uma obra.
Veja a matéria reproduzida a seguir e algumas imagens fantásticas do artista:

O Picasso das ruas
por André Hazell

Julian Beever é um artista internacionalmente renomado. Nos últimos 15 anos Julian tem produzido centenas de peças em locais em toda a Europa. Frequentemente é chamado de Pavement Picasso. Não é para menos, pois seus desenhos 3D são excelentes. Além disso, não deixa de ser uma forma de trazer a arte para as ruas das cidades.
Os desenhos são minuciosamente projetadas, milimetricamente executados. Pura matemática. Em média, o artista leva cerca de três dias para completar uma obra. Foi assim quando esteve nas ruas Birmingham's Chinatown, para pintar um um enorme dragão chinês de 9 metros quadrados em comemoração do Ano Novo chinês. Foi assim quando esteve em Porto Alegre em uma promoção da Scott Passaport. Além disso, segundo o próprio artista, o seu trabalho tem lá suas exigências: “O ideal são os dias de sol forte, pois quando chove, significa que eu tive um monte de trabalho para nada. Mas o importante para mim é tirar a foto com o resultado final. Quando isto acontece, o objetivo foi alcançado com sucesso" . E realmente é um sucesso. Não só para o Julian, mas também para o público em geral, que muitas vezes não tem a oportunidade de visitar uma galeria de arte. Como o próprio artista esclarece: “Minha arte é para todos. A arte não deve ficar escondida em galerias, bibliotecas e livros. Arte deveria ser para todos e não apenas alguns".
Segundo Julian, o segredo é explorar ao máximo a técnica da perspectiva e dar aos desenho um aspecto diferente do que realmente é, ou seja, um aspecto 3D. Para isso é preciso instalar de uma câmara sobre um tripé e mantê - la em um determinado local. Isto possibilita verificar cada risco de giz que é feito.












segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pasárgada

Vou-me Embora Pra Pasárgada
lá sou amigo do rei
tenho a mulher que quero
Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive
E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada
vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.

Com esses versos homenageamos o poeta Manuel Bandeira
na passagem dos 40 anos de seu falecimento (13/10/1968).

Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

sábado, 4 de outubro de 2008

O Trem dos Tempos!




Estava aqui, entre a mata e o mar, fazendo uma faxina na "máquina", atualizando o blog, lendo os recados...nunca paro de me surpreender. Fui do tempo que telecomunicação era ir a um posto da Embratel e fazer uma ligação interurbana ou internacional...era o máximo. Se planejava com antecedência os telefonemas! Ou então eram os telegramas...
Uma mensagem me despertou para esse
poder quase telepático que temos hoje em dia, essa capacidade de comunicação instantânea que talvez só os velhos dinossauros percebam com grata surpresa o seu valor, a sua força:
Há dias tentava me comunicar com minha filha, a pianista Juliana Steinbach, que mora em Paris.
Depois de inúmeros e-mails e telefonemas infrutíferos, mandei um anúncio pelos rádios:
- JULIANA, CADÊ VOCÊ?
Hoje recebi uma singela e simples resposta, bem ao seu estilo:
- Oi, querido pai. Estou no Trem!
Ela se referia ao Orient Express, em viagem de retorno à Europa, depois de uma série de recitais de sucesso no Oriente Médio.
Bravo, Juju!
É o sinal dos tempos, ou o trem dos tempos!

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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A ARTE ERÓTICA




Bruno Steinbach. "Sem Título". Óleo /tela, 140 x 190 cm, 2000, Cat. 0031. Camboinha, Cabedelo, Paraíba. Brasil.
Coleção: Lourdinha Freitas, João Pessoa-Pb.

Em todos os tempos a arte sempre procurou mostrar os mistérios, tabus, gostos, preferências, hábitos e conflitos de cada época da humanidade.
A velha ìndia é o berço das mais exóticas criações do mundo erótico; Templos forrados de esculturas eróticas; Objetos de arte em sexo explícito; O Kama-Sutra e o Ratiroshaya são obras nascidas da sabedoria que codificou o Maythuna "ioga do sexo". As sublimes obras de Miguel Ângelo, Rubens e Leonardo da Vinci cultuadas e admiradas ao longo dos séculos; O nobre burguês Toulouse Lautrec que pintava suas prostitutas preferidas; Rubens Courbet, Parcim, Degas, Lautrec, Marquet, Jeam Cocteau, Barret e tantos outros que retrataram, sem preconceitos, o amor entre iguais; A arte do Oriente com destacados artistas como Torií Kiyonobu, Eizan, Mosanobu Kitao, além de outros talentosos do velho mundo; As gravuras eróticas de Picasso conhecidas do público a partir dos anos 70 são verdadeiras explosões de sexo. O Museu Nacional de Arqueologia de Nápoles possui uma das mais finas coleções de arte erótica de todo o mundo. Vasos, objetos eróticos e afrescos resgatados de Pompéia, retratando cenas de sexo explícito, sadomasoquismo, sodomia, lesbianismo, sexo bestial, etc.


Salvador Dali


Pela arte tão antiga podemos constatar que os preconceitos de nossos dias seriam motivos de muita estranheza naqueles tempos. O que hoje causa tanta polêmica é tão antigo quanto a própria humanidade. Corpos que se unem, se abraçam, se penetram sem pudor e sem culpa, na busca do prazer e do êxtase sexual pleno e profundo. A arte erótica consebida com prazer é como uma cópula sublime materializada pela inspiração criadora. Com ela o artista procura eternizar gestos, posições amorosas, formas de amar, sensações e libidos, despertando prazerosamente o real inconsciente, muitas vezes inconfessado, de cada um que a vê.

ESTE TÚMULO É FAMOSO.
AS MULHERES QUE TEM DIFICULDADE EM ENGRAVIDAR PASSAM A MÃO AQUI.
ESTE COSTUME É ANTIGO NO CEMITÉRIO LACHAISE

A representação do ato amoroso sexual na forma de escultura; A constante busca do mistério dos corpos reproduzidos em forma de arte, são como um orgasmo visual e tátil. Corpos impregnados de erotismo, sem preconceitos, nas mais diversas formas de amar; Erotismo elevado ao máximo, sem medo de críticas e falsos moralismos. Corpos que falam por si.

Talvez por preconceito ou por custo elevado, o acesso ao deleite visual da arte erótica sempre ficou restrito a poucos afortunados que podiam apreciá-las e tocá-las.

Nicéas Romeo Zanchett - artista plástico

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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Soprava o vento pela fresta

Bertolt Brecht Soprava o vento pela fresta A menina comia nêspera Antes de dar em segredo O níveo corpo ao folguedo: Mas antes provou ter tacto Pois só o queria nu no acto Um corpo bom como um figo Não se vai foder vestido.

Para ela em tempos de ais Nunca o gozo era demais. Lavava-se bem depois: Nunca o carro antes dos bois.

IMAGEM: Bruno Steinbach,

"Crepúsculo em Areia Vermelha", Óleo/tela, 120x100 cm, 2001, Camboinha, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Coleção: Luciano Bernardo, João Pessoa-Paraíba.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mar de óleo

Um texto de Léia Carvalho
Imagens: Bruno Steinbach (catálogo) Em uma tarde de domingo resolvi navegar um pouco. Sem embarcação adequada, em uma canoa emprestada, segui. Os remos eram meus, ao menos. Fui por mares completamente desconhecidos. Levada pelos meus remos. Cheguei a uma praia banhada a óleo. O mar era o mais lindo que eu podia ver, aquele óleo todo, fazia tudo aquilo ainda mais belo. Eu vi pássaros, flores e borboletas. Vi principalmente corpos cheios de sentimentos e por não terem voz, precisei decifrar cada músculo torneado, cada mecha de cabelo esvoaçante. Para as construções eu quis me mudar. Talvez viver ali, no alto da torre, de onde tudo pode ser sempre apreciado, sem a obrigação de fazer parte do todo. Encostei várias vezes a ponta do meu nariz na oleosidade daquela gente, sim, as pessoas também são de óleo. Tem um tal de azul desconcertante, entra pelos meus olhos, escorre pela minha boca, vasa pelos meus ouvidos. Nas horas de fundo preto, só consigo perceber o branco que por cima vem. Há algo a ser decifrado em tantas formas, há algo de intrigante em tudo isso. Preciso ter certeza que isso é inodoro, incolor sei que não é. Quem disse que quero ser exata? Não sou equação, nem há fórmulas para mim. Um dia quero apenas virar óleo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ainda está escorrendo tinta...




Bruno Steinbach, "Opus 14", infogravura, 2008


A BELEZA

Eu sou bela, ó mortais! Como um sonho de pedra,
E meu seio, onde todos vêm buscar a dor,
É feito para ao poeta inspirar esse amor
Mudo e eterno que no ermo da matéria medra.

No azul, qual uma esfinge, eu reino indecifrada;
Conjugo o alvor do cisne a um coração de neve;
Odeio o movimento e a linha que o descreve,
E nunca choro nem jamais sorrio a nada.

Os poetas, diante de meus gestos de eloqüência,
Aos das estátuas mais altivas semelhantes,
Terminarão seus dias sob o pó da ciência;

Pois que disponho, para tais dóceis amantes,
De um puro espelho que idealiza a realidade:
O olhar, meu largo olhar de eterna claridade!
Baudelaire




domingo, 7 de setembro de 2008

Domingo na Praia!

"Domingo na Praia"
Bruno Steinbach.
Infogravura esboço para painel. Da série parahybavista.com, 2008, Paraíba, Brasil.


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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

5.0 ! - Meio Século de Vida...

Puxa!

Olho para o retrato de Dorian Gray (aquele, de Oscar Wilde) e vejo como ele está mudado, envelhecido - mas ainda cheio de vontade!
Ele nasceu em 1958, no dia 27 de agosto.
Faz cinquenta anos!
Cenas de acontecimentos fantásticos lhe vem à memória...

A Copa do Mundo de 1958. Onde se viu, entre outras coisas, a estréia de Pelé, a conquista do Brasil, o que representa a primeira e única vez que um time sul-americano levantou a taça em solo europeu.

Em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a viajar em órbita em torno do planeta. A viagem durou pouco mais de uma hora.E Gagarin transformou-se em herói nacional.
Morte do Pintor José Pancetti.
Começa a ser transmitida a Radio Rebelde em Sierra Maestra, Cuba.Fidel Castro e Che Guevara alavancam a Revolução!
O presidente Juscelino Kubitschek inaugura Brasília.
A NASA lança a nave Pioneer 2.
O 1º vôo doméstico com passageiros em avião a jato (Estados Unidos) .
Abertura e inauguração da sede do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro...
Viu o Homem pisar na lua...

...são muitas as recordações de Dorian.
Tantos livros interessantes, tantas músicas lindas, pinturas maravilhosas...

A primeira transmissão de TV a cores,

Acompanhou a vitória da democracia brasileira sobre o macabro regime militar.

Dorian fez coisas boas... e más.

Ah! Os amores ...
Filhos...
Uma neta!

Tantos fatos, tanta novidade.
Viu o progresso extraordinário da ciência e da tecnologia.
O celular, a Internet!


Só não viu o seu grande sonho se realizar. Fracassou o sonho de um mundo harmonioso e pacífico.
Com todo o seu progresso científico, a humanidade não evoluiu o bastante para acabar com a violência, com a miséria e com a fome.

Olho para o retrato de Dorian...
Toda essa experiência deixou as suas marcas nesse homem. Noto uma mancha abaixo do olho direito, como se fôsse o rastro de uma discreta lágrima...
Resolvo retocar a pintura.
Pego a paleta e os pincéis e inicio o trabalho...
Mas, ao tocar a superfície da tela, surpreendentemente se quebra o encanto...
E, atordoado, percebo que não é uma pintura...
É um espelho!


Bruno Steinbach, Parahyba, 27 de agosto de 2008. Brasil.

Pobreza. <>



A conquista da lua

Revolução Cubana



A Cidade de Brasília