BEM-VINDOS!

PARAHYBA    BRASIL    ABRIL   2024

Este é o nosso BLOG, onde você conhecerá um pouco do ARTISTA e da sua OBRA, navegando nos generosos DEPOIMENTOS sobre a minha trajetória durante esses 50 anos de ATIVIDADE ARTÍSTICA E EXPOSIÇÕES e também em inúmeras REPORTAGENS na mídia. Acompanhará os projetos que estou realizando agora: PARAHYBAVISTA; JOÃO & MARIA; FLORESTA ARDENTE QUEIMADAS. Poderá acessar nossa GALERIA VIRTUAL, me acompanhar no INSTAGRAM e visitar a MINHA CIDADE...

Respire fundo e vá mergulhando... Siga o blog e dê uma espiadinha nas novidades que publico. Sem pressa... Foram anos de trabalho meticuloso para chegar até aqui, pertinho de você...


 VOLTAR PARA PÁGINA PRINCIPAL


Melhor visualizar em um computador/notebook/tablet, na versão para web

Postagem em destaque

A ARTE PRIMEVA DA HUMANIDADE: XAMÃ - PINTURA E FÉ NA CAVERNA!

terça-feira, 7 de abril de 2015

MARIETA STEINBACH SILVA


    * Salvador-BA, 28 / 07 /1917 
    + Granja Humaitá, João Pessoa-PB, 31 / 01 /1965

Marieta Steinbach Silva, baiana de nascimento, paraibana de coração. Filha do alemão Walter Julius Cesar Steinbach e da baiana de Feira de Santana Elvira Ferreira Steinbach: minha linda mãe. 
Nasceu em Salvador-BA, onde conheceu meu pai, que lá estudava medicina. Exímia pianista, trocou sua promissora carreira, em Salvador, para acompanhar o seu marido Isaias Silva em seu retorno à Paraíba, onde dedicou-se como voluntária às obras de assistencialismo social.



Soube criar e educar muito bem os seus cinco filhos, Márcia, Norma, Carlos, Marcelo e Bruno (eu) transmitindo-nos senso de justiça, honestidade, respeito ao direito do outro, além de amor às artes.
Aprendi muitas coisas com ela, antes dela encantar-se, no pouco tempo que convivemos. Aprendi a respeitar os mais velhos, a dar um "bom dia" (e a responder), a agradecer os favores e retribuí-los, a reconhecer um erro e pedir desculpas, a não pegar o que é dos outros... Enfim, me ensinou a ser gentil e honesto.
Mamãe e Márcia
Ouvindo-a ao piano, junto com meu pai, aprendi a gostar de música. De música, não de zoada...

Mamãe e papai

Contava histórias encantadoras; Com o livro na mão esquerda, a direita me fazendo um cafuné (ou um cascudo "carinhoso" se ficasse desatento antes da hora), João e Maria, Romeu e Julieta... Em contraponto com as histórias contadas pelo meu pai, das aventuras de cangaço do falecido e famoso parente distante da minha avó materna Elvira Ferreira Steinbach, casada com o alemão Walter Julius César Steinbach - outro personagem arretado; mas aí já é outra história...
Então aprendi a gostar de ler e escrever.

Mamãe, eu e minha irmã Márcia.

Vivia pintando a casa. Aí lá vinham os pintores com aquelas fantásticas roupas sujas de tinta, com os seus latões coloridos e suas adoráveis conversas de cais de porto e as suas histórias de pescador... 
Então aprendi a tentar aprender a ser pintor. 

Rezava a Ave Maria comigo todas as noites, em latim. Mas não frequentava igrejas. Não precisávamos de intermediários...
Então aprendi a rezar. 

Meus grandes olhos de menino curioso ficavam admirados ao vê-la fazer caridade entre os humildes, a tratar sempre com respeito os empregados da casa e da granja...
Então aprendi a gostar das coisas e das pessoas simples.
Desci do cavalo e entrei de gaiato no desfile dos outros.
O fotógrafo esperto deu o clique e foi avisar a papai onde eu estava - em Gramame.
A sua cozinha, sempre movimentada e cheia de gente, com Maria Gorda comandando tudo, era uma maravilha de cheiros e sabores e vapores, uma verdadeira alquimia. Preparava recepções maravilhosas.
Então aprendi a cozinhar.
Menino danado de precoce, prestava atenção nas carícias que ela trocava com meu pai, namorando. Brigavam muito, pois ela era ciumenta e não recebia ordens dele, só fazia o que queria. Ele implicava com cebola? Ela tascava cebola! Mas o amor, a cumplicidade e a paixão nunca se acabaram... Quando ela morreu, foi a única vez que vi meu pai chorar.
Então aprendi a amar.

Mas nem tudo eram flores na rua Marieta Steinbach Silva...
Menino ainda, presenciei por várias vezes Dr. Isaias e D. Marieta, de armas em punho, botarem pra correr bandidos na nossa granja, local ermo e distante da cidade, sem telefone; os dois atirando pra valer!
Gentileza, generosidade e refinamento genuíno, sem esnobismo nem hipocrisia... Sim. Mas covardia, bajulação e subserviência... Jamais!
Então aprendi a me defender dos intransigentes e dos corruptos hipócritas. Então aprendi a atirar.
Aprendi a lutar pelo que acredito e a defender os meus sonhos.
(Bruno Steinbach Silva, Castelo Branco, Parahyba, Paraíba, Brasil.1:55 hs do dia 21 de agosto de 2012).

RUA MARIETA STEINBACH SILVA

Faço diariamente longas caminhadas pela minha cidade adorada. Geralmente caminho pra frente, para a esperança, no rumo da minha Cabo Branco amada. 

Mas sempre caminho um pouco no passado, na lembrança. Pois pisar nas pedras e respirar os cheiros da minha meninice encantada certamente me levarão um dia à bonança. 

Nas minhas caminhadas para o Cabo Branco, passo sempre pela Av. Beira-rio, defronte a Granja Santana (residência oficial do governador do Estado) e de sua vizinha rua charmosa, circular, que começa e termina no mesmo lugar, já no bairro do Miramar (acima de onde caminho, sobre uma linda encosta).
Essa rua me traz sempre boas lembranças, vez por outra escalo a encosta e caminho sobre ela, reconhecendo cada pedra, cada planta que ainda resiste à fome desvairada das construtoras, invadindo tudo com as suas colmeias desumanas... Tanto a granja Santana como a rua me são muito familiares. A granja foi fundada pelo então Governador João Agripino Maia (um dos poucos que realmente mereceram morar ali. Como era primo do meu pai e gostava de me "pirracear" para ouvir minha "boca suja" de menino danado, eu tinha livre acesso ao sítio). Anos depois, meu irmão Carlos Augusto construiu sua belíssima casa naquela rua charmosa, de onde se avistava o Castelo Branco e o mar do Cabo Branco (hoje só se vê quadrado, sua própria casa virou um, com a sua morte).
E hoje tive uma surpresa boa. O google incluiu nossa rua no google street - aquele recurso que permite passearmos pela rua ao nível do solo, como se estivéssemos ali, então podemos "caminhar" por ela sempre que quisermos, mesmo estando longe de lá... Mas continuo passando por ali de verdade, fazendo calos nos pés, respirando o perfume de seus jardins, caminhando sobre as minhas lembranças, pisando nas pedras e flores da minha meninice. 

É a rua que eu mais gosto no mundo. 

É a rua que eu acho mais charmosa, que tem o nome mais lindo... da pessoa mais maravilhosa que já conheci, apesar dela ter se encantado cedo demais, quando eu só tinha 6 anos de idade: 
É a rua da minha mãe. 
É a rua do menino da rua...
Bruno Steinbach Silva, Castelo Branco, Parahyba, Paraíba, Brasil. 1:55 hs do dia 21 de agosto de 2012.


A família Steinbach é originária do sudoeste alemão, onde foi fundada uma cidade com este nome. Vários descendentes emigraram para o Brasil (sul e nordeste) e Canadá (onde também há uma cidade com o nome da família, criada por colonos alemães minoritas - centro-sul, City of Steinbach, na província de Manitoba, considerada uma das melhores cidades para se viver no Canadá). Este sobrenome povoou o Canadá, e o sul do Brasil, cabendo apenas a nós o nordeste. E foi aqui que agregou-se às famílias Pordeus, Ferreira, Mariz, Marques, Rocha e Silva.









segunda-feira, 6 de abril de 2015

ECCE HOMO, Opus Mane nobiscum Domine

"Ficaram espantados, maravilhados, mas não com medo. E suplicaram: 

- Fica conosco, Senhor"

ECCE HOMO, Opus Mane nobiscum Domine. 
Bruno Steinbach. Projeto para pintura em acrílica s tela 130 x 160 cm.

Mane nobiscum Domine
"Os olhos deles não o puderam reconhecer. Posteriormente, estando com eles à mesa, tomando o pão, deu graças, e, partindo-o, dava-lhes, eles o reconheceram. Ficaram espantados, maravilhados, mas não com medo. E suplicaram: 
-Fica conosco, Senhor"


ECCE HOMO
Projeto em andamento
"ECCE HOMO, a série". "Eis o Homem" é uma narrativa sobre o Homem, suas crenças, suas alegrias e suas tristezas... Enfim, o que faz no mundo, sob o meu ponto de vista.

domingo, 5 de abril de 2015

RESSURREIÇÃO

"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá."



Salvador Dalí
Ascensão de Cristo, 1958.



“Ao longo de séculos e séculos artistas pintaram a ascensão de Cristo, com o messias frontal, tranquilo e belo, cercado de anjinhos, com o olhar piedoso que aparece em mosaicos bizantinos, afrescos medievais, telas renascentistas, arte sacra. Foi preciso, contudo, a loucura de Dalí para trazer à tona um Cristo diferente daqueles, deitado, sem rosto, ascendendo em luz e energia. No centro, no primeiro plano, estão os pés do ressuscitado, dando o equilíbrio à cena que circunscreve o momento em que a carne é transmutada em espírito. Humano de pés juntos é morto, mas sem chagas, curadas no dualismo da divindade. No alto o recebem o Espírito Santo, no pássaro branco de sempre, e Deus, representado por Gala, a mulher e musa, o grande amor de Dalí, em lágrimas. Das mãos contorcidas em força, escapa a energia do momento, atômico, nuclear, assim como o sol se expande em luz, destacando o núcleo, o átomo. Tudo paira sobre um mundo terreno, minúsculo, insignificante, acima dele a trindade, na geometria triangular que se forma entre os braços abertos, Pai, Filho e Espírito Santo. Um Cristo em ascensão, recebido nos céus em energia liberada e força simbólica, iluminando o olhar dos espectadores, traçado em tinta no imaginário da fé. “

(por Homero Nunes)