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PARAHYBA    BRASIL    SETEMBRO   2024

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domingo, 1 de setembro de 2024

S.O.S. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY!

Atualizado em 18/09/2024, 21:10hs

Veja a atualização no final 


 

SOS: QUEM TEM DOR TEM PRESSA!
SETEMBRO SERÁ A SOLUÇÃO?


Um domingo não é o dia mais adequado para esse tipo de "post" - mas a dor não escolhe dia nem hora  e talvez seja o dia em que os que têm a solução possam ler, refletir e tomar uma atitude.
De minha parte, continuarei insistentemente publicando isso aqui até ver com o olho aberto o problema do outro (o cego) resolvido.

Fazendo jus ao termo "paciente", estou nessa fila da esperança desde abril de 2024. Após inúmeras idas e vindas, esperas intermináveis, filas enormes, uma burocracia do século passado, médicos que chegam horas atrasados, sem a mínima empatia ou noção do que é anamnese. A entrada no ambulatório do HU começa às 7:hs, o que significa que quem chegar depois das 6:hs vai pegar uma fila enorme; quando finalmente se consegue ultrapassar duas ou três "barreiras burocráticas", já no corredor dos consultórios do departamento de oftalmologia no sexto andar, a espera é grande (já houve ocasião da médica chegar às 11:30 hs, horário em que eu fui atendido em breve consulta apesar de ser o primeiro da lista e estar lá dentro desde às 7 horas). Mandado para casa, com mais um papel de encaminhamento para novos exames e outra consulta com a oftalmologista anterior do ambulatório de plástica ocular, fico esperando por mais um chamado da "regulação" do Hospital Universitário da UFPB para esses novos exames/consultas e, enfim, talvez, marcar a cirurgia de retirada do olho direito - que me causa tanta dor constante - e a colocação de uma prótese.

Sei que a demanda é enorme e que são muitas as dificuldades para um atendimento de excelência. Mas urge melhorias no treinamento do pessoal administrativo, mais gentileza em todos os setores e maior rigor no controle da frequência, horários e na qualidade dos médicos. 

Mas sou resiliente, insistente e persistente; e não abro nem para o trem! Vou continuar protestando até o meu problema ser resolvido.


E olha que sou filho, irmão e tio dos melhores médicos que a Paraíba já teve. Meu pai foi um dos fundadores do Hospital Universitário e professor titular de otorrinolaringologia da UFPB. Meu irmão Carlos Augusto Steinbach Silva foi o primeiro médico paraibano a ter um doutorado, através de concurso também foi professor de otorrinolaringologia e médico do HU também na UFPB, no que foi seguido pelos meus dois sobrinhos filhos dele. Imaginem a situação daqueles pobres coitados ilustres desconhecidos que necessitam dos serviços da saúde pública...

O problema começou em 1991 com a primeira cirurgia (exérese de pterígio), agravando-se com várias recidivas. Depois de passar por todo tipo de tratamento e cirurgias em nobres mãos de excelentes oftalmologistas da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a doença evoluiu para uma neoplasia que culminou com necrose na quase totalidade da parte anterior do olho direito, afetando a conjuntiva, a esclera, parte da córnea e do cristalino.

Afinal, cego de um olho e com muita dor, estou no último degrau que é a fila da esperança... Esperança de não "ver" mais a dor.

Acredito que Santa Luzia e Santa Dulce (a Santa baiana soteropolitana conterrânea, contemporânea e amiga da minha mãe) darão uma forcinha, para que venham os chamados e a medicina resolva este meu problema. O importante é me livrar dessa dor, mesmo ficando caolho - Camões tinha um olho só, Lampião tinha um olho só e o grande herói de Israel Moshe Dayan tinha um olho só...😉


CAOLHOS

Me ocorreu incluir no grupo de caolhos que coloquei no texto -  Camões, Lampião e Moshe Dayan -  o nome de outro "caolho" ilustre (que apesar de ter os dois olhos, "o olho aberto via para fora e o olho cego via para dentro") um genial poeta contemporâneo da Paraíba que inclusive fez um maravilhoso poema com dois dos caolhos acima citados (Camões e Lampião), mas por discrição resolvi omitir o seu nome - mas tomo a liberdade de transcrever seu poema abaixo (e quem quiser descobrir quem é o genial poeta que pesquise):

camões

no ~ do teu nome
a lembrança
do encapelado
                       mar
da ocidental praia lusitana

*****************************************

camões/lampião

     a Gilberto Mendonça Teles e Temístocles Linhares*

camões ao habitar-se
no olho cego
sentia-se íntimo,
mais interno,
do que ao habitar-se
no olho aberto.

lampião ao habitar-se
nos dois olhos
a eles dividia:
o olho aberto matava
e o outro se arrependia.

camões ao habitar-se
no olho cego
polia as palavras
e usava-as absorto
como se apalpasse
e possuísse o próprio corpo.

camões ao habitar-se
no olho cego
chorava os mortos
do seu interno,
mas o olho aberto
era casto
e via no matar
um gesto beato.

camões ao habitar-se
no olho aberto
via-se todo ao inverso
(pelo lado de fora)
mas rápido se devolvia
e fechava o olho aberto
pra ser total a miopia.

lampião ao habitar-se
no olho murcho
via o olho aberto
estrábico e rústico
e compreendia
o olho aberto
mais murcho
que o olho cego.

camões ao habitar-se
no olho murcho
via o mundo claro
dentro do escuro
e o olho aberto
era inútil
ao habitar-se
no olho murcho.

lampião

atrás dos óculos
sentia-se acrescido, somado,
e era mais lampião
naqueles óculos de aro.
os óculos
lhe eram binóculos
íntimos sobre a miopia
e quando os óculos tirava
lampião se decrescia:

o oho cego somava
e o aberto diminuía.
camões molhava a pena
como se no tinteiro
molhasse o olho cego
e tateando, cuidadoso,
saía do seu interno.
(no tinteiro as palavras
em forma líquida
juntam-se uma a uma
à retina, à pupila).

camões

escrevia com o olho cego
por senti-lo mais seu
do que o olho aberto
e por poder o olho cego
infiltrar-se, ir mais dentro
e externar o seu inverso.

*****************************

O primeiro poema, camões, pertence ao livro Brando fogo das palavras, capa e ilustrações de Flávio Tavares, Editora Patuá, ainda a ser lançado. O segundo, camões/lampião, pertence ao livro A Ilha na ostra (capa de Flávio Tavares), Edições Sanhauá, 1970.

(Sérgio de Castro Pinto)


Atualização 

em 18/09/2024


SANTA OUVIDORIA

Ontem (17/09/2024) enviei mensagem para o e-mail da Ouvidoria do Hospital Universitário Lauro Wanderley relatando as dificuldades para agendar consultas, exames e concluir o tratamento desse meu olho. Recebi já hoje a resposta da Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação (Ouvidoria do HULW-UFPB, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, FALABR da CGU no site do Governo Federal) com a comunicação que o meu pleito fora atendido. Autuaram processo administrativo encaminhado ao Setor de Contratualização e Regulação do HULW, a fim de que fosse dado conhecimento ao fato relatado, possibilitando a providência de medidas cabíveis.
Resumindo, foi agendado uma consulta para o ambulatório de retina no dia 27 deste mês (exames preventivos no olho bom) e outra consulta para o ambulatório de plástica ocular no dia 8 de outubro (para ver o que se faz no olho cego) - ambas no departamento de oftalmologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da UFPB (convênio SUS).


Registro aqui a minha gratidão às ouvidoras gentis e competentes que realizam um trabalho com empatia e excelência na Ouvidoria do Hospital Universitário Lauro Wanderley - sem a intervenção delas eu iria ficar dependendo da complicada e ineficaz burocracia da Regulação Municipal do SUS (todos sabemos da excelência do SUS, o problema é quando chega na esfera municipal).

Enfim, aprendi o "caminho das pedras" e a fila andou. E sei que a Santa Ouvidoria do Céu também ajudou.

O "caminho das pedras" está aqui embaixo: