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terça-feira, 7 de outubro de 2014

VIVA O NORDESTE!

"O saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades."                                         (Gilberto Freyre)

Tenho orgulho de ser paraibano, nordestino e brasileiro! 
Cabra macho, sim "sinhô"!


ATÉ QUANDO NORDESTINOS TERÃO QUE EDUCAR O BRASIL?
O PIOR IGNORANTE É AQUELE QUE NÃO QUER APRENDER!


     Paulo Freire e Gilberto Freyre (pernambucanos de Recife), Câmara Cascudo (natalense) e Celso Furtado (paraibano de Pombal) bem que tentaram... Mas é tarefa difícil ensinar civilidade para brucutús!
Novamente a mídia traz à tona o "Preconceito contra nordestino". Só gente muito tosca, ignorante e burra pode discriminar quem nasce no nordeste; pessoas que nem sabem quem são seus pais, talvez até um cabra macho paraibano "do pé grande"; E, depois, nordestino não é uma "raça"; aqui tem branco, preto, amarelo, índio, europeu, pobre, rico, brucutús, damas e putas, gente honesta e ladrão, igualzinho ao resto do país. Falar na televisão contra nordestino é até irônico, pois quem trouxe essa "caixa das ilusões", a TV, para o Brasil foi ninguém menos que o "Paraíba" da gema Assis Chateaubriand, que ainda mandou construir e equipar o Museu de Arte Moderna de São Paulo - MASP (contratou Pietro Maria Bardi e a sua esposa arquiteta para a tarefa).
Se liga aí, brucutú idiota que fala mal de nordestino.
Vai estudar, senão acabará no nosso roçado cortando cana pra gente...

     De tanto ouvir e ler comentários levianos sobre o nordeste e os nordestinos resolvi escrever este artigo. Mais como um desabafo, pois os indivíduos que tem esse tipo de comportamento talvez nem saibam ler direito, pois de história, etnia e ética já mostraram que não entendem nada. São espíritos atrasados, almas sebosas... Então resolvi publicar este artigo, reproduzido abaixo, extraído de texto de Demétrio Magnoli (Os grifos são meus), com a esperançosa intenção ou ilusão de jogar um pouco de luz na escuridão em que habitam alguns brasileiros racistas, intolerantes, preconceituosos e arrogantes, e, talvez, fazê-los parar – ou ao menos diminuir – a enxurrada de tolices e maldades que despejam sobre nós, “os nordestinos".

     Generalizam o termo, como se fôssemos todos desocupados ou retirantes saídos das páginas de "Vidas Sêcas" - de Graciliano Ramos (estigma alimentado durante muitos anos pela mídia e pelos governantes locais; os primeiros, como protesto social; os segundos, para alimentar a famigerada "indústria da sêca" - aproveitando-se da divulgação na literatura e no cinema,  mendigando verbas do governo federal, via sudene, e desviando essa dinheirama toda para seus próprios interesses e dos seus correligionários, bem para longe do povo da região, criando um enorme círculo vicioso). Sêca essa que o Brasil assiste impassível, de braços cruzados, deitado em berço esplêndido, sem corresponder à solidariedade dos nordestinos, primeiros a atender e socorrer nas tragédias e enchentes que anualmente avassalam o sul e o sudeste do país, muitas vezes retirando o alimento da sua própria família para doar às suas vítimas. A própria justiça se equivoca, às vezes, punindo alguns desses idiotas "separatistas" por crime de racismo... Ora, nordestino não é uma raça! Não temos conflitos étnicos no Brasil, pois somos mestiços, quer queiram ou não, independente da aparência, nossos DNAS são mais misturados e batidos que a nossa caipirinha! É sabido a contribuição histórica nordestina na "povoação" do Brasil, "semeando" muito por todo o território nacional. Portanto, grande maioria desses individuos descendem de nordestinos... Afinal, fomos colonizados primeiro por aqui, depois é que o restante do Brasil foi descoberto e colonizado... Pelos nordestinos!

Satirizam o nosso "sotaque"...

Ora bolas! E somos nós que falamos "chiando"? Somos nós que dizemos "tchia" ao invés do correto "tia"? Somos nós que falamos coisas "tchipo" "de boa" e  "coé"? Não, nós nordestinos não assassinamos a gramática, com gírias, locuções esdrúxulas e conjugações verbais inexistentes, como "eu devia ter "aceito". Não, nós falamos cantando a alegria de viver e escrevemos corretamente e com elegância, fruto do nosso aprendizado nas leituras dos nossos grandes escritores. Entonce, se alguém fala errado e com sotaque, certamente não é o nordestino. Ignorantes há em todo lugar do Brasil, não é um privilégio dos nordestinos, "visse"... E, como já disse Ariano Suassuna: "Não troco o meu Oxente pelo OK de ninguém".

Deixo aqui uma sugestão para esses indivíduos preconceituosos:

Estudem um pouco de História e Geografia do Brasil, a "básica" mesmo serve, essa que se ensina no curso secundário, para não "forçar" muito seus poucos neurônios. Aprendam com nordestinos de valor, como Ariano Suassuna (paraibano de João Pessoa),   Epitácio Pessoa ( paraibano, ex-presidente do Brasil), Assis Chateaubriand, conhecido como o co-criador e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP- Museu de Arte de São Paulo Assis Chateuabriand - quem diria, fundado e equipado por um "paraíba" - junto com o italiano Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi (o que a ingrata midia "nacional" retribui com descaso e omissão à grandeza de sua terra), o escritor José Lins do Rêgo (paraibano, autor do romance Menino de Engenho), o também paraibano Pedro Américo (o maior pintor brasileiro de todos os tempos), os cearenses José de Alencar eRachel de Queiroz (Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardeada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. É considerada por muitos como a maior escritora brasileira), o natalense Câmara Cascudo , os pernambucanos Luiz GonzagaJoão Cabral de Mello NetoManuel Bandeira e Gilberto Freyre, o alagoanoGraciliano Ramos, os baianos Jorge Amado e Dorival Caymmi... E tantos e tantos outros nomes de escol, Zé Ramalho, Caetano veloso, Gilberto Gil, Fagner, Luiz Gonzaga... E, pasmem(!), o próprio Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva! A lista é interminável... Quem sabe, assim, parem de expressar tanta idiotice que na verdade só depõe contra eles mesmos, ao exporem a própria ignorância e atraso espiritual.     Afinal, PRECONCEITO é uma forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência.
Mas vamos ao texto de Magnoli:

Regionalismo e preconceito contra o nordestino
Por Demétrio Magnoli
(Do livro: Identidade Nacional em debate, vários autores, Ed. Moderna, pág. 119-125)

1 – O Regionalismo nordestino


O Regionalismo nordestino nasceu e evoluiu como reação ?nbsp; decadência do Nordeste. Do ponto de vista histórico, surgiu no início do século XX, junto com o deslanche da industrialização no sudeste. Do ponto de vista social, configurou-se como atitude política das elites regionais, que jamais se difundiu profundamente entre a população. Do ponto de visa estratégico, caracterizou-se por reivindicar ajuda federal ?nbsp; região, sob a forma de obras públicas ou proteção para empresas e produtos. O seu argumento central sempre foi a pobreza regional, geralmente associada ao fenômeno climático das secas...
O discurso regionalista e as respostas federais pariram o principal mito sobre a pobreza do Nordeste: o mito das secas.
As secas, do ponto de vista meteorológico, não são um mito. O mito consiste na noção de que esse fenômeno natural seja o responsável pelo drama social da população. A artimanha do Regionalismo elitista consistia em esconder as causas sociais da miséria pelo recurso a uma condição climática. ... Dessa forma, as elites econômicas e políticas do nordeste encontraram um álibi para fugir á própria responsabilidade histórica pela pobreza e, ao mesmo tempo, uma argumentação para o desvio de recursos federais para a realização de obras públicas regionais. Evidentemente, os benefícios traídos por essas obras jamais chegaram ?nbsp; maioria da população nordestina, tornando-se fonte de enriquecimento privado das minorias privilegiadas...
Das "obras contra as secas" aos incentivos fiscais: mais de meio século de políticas regionais revelou-se incapaz de transformar o panorama de pobreza do Nordeste. Mas o discurso regionalista das elites continua em funcionamento, operando sempre o velho argumento do "bolsão de pobreza". Essa noção – de que o Nordeste é um "outro país", a Índia confrontada com a Bélgica, o lado esquecido do Brasil – camufla o abismo social que separa as elites nordestinas da população regional. A palavra Nordeste, uma noção espacial que se pode desenhar sobre o mapa, serve como esconderijo para as elites regionais, que se apresentam como representantes dos miseráveis e dos excluídos.

2 – A Bósnia não é aqui


O Regionalismo nordestino desenvolveu-se sobre o paradoxo de ser um discurso elitista cujo argumento central sempre foi a pobreza. Esse paradoxo contribuiu para o surgimento e a difusão de um outro discurso: o do preconceito antinordestino.
O preconceito antinordestino existe desde os tempos antigos, como expressão do racismo. A participação majoritária dos negros e mulatos na população do Nordeste, que contrasta com a hegemonia dos brancos no Sudeste e, em proporção maior, no Sul, reflete a história da escravidão e da imigração européia no Brasil. Aí se encontram os fundamentos do preconceito tradicional antinordestino....Porém, o preconceito antinordestino atualizou-se aproveitando o próprio Regionalismo das elites do Nordeste. No Sudeste, difusamente, desenvolveram-se atitudes preconceituosas contra os migrantes provenientes dos estados nordestinos. A atitude preconceituosa enxergou nos fluxos de nordestinos o espectro da invasão da pobreza, em vez de enxergar o papel desempenhado pela mão-de-obra migrante no crescimento econômico do Sudeste. Desde a década de 1970, diversas prefeituras do interior paulista passaram a recolher, nas estações rodoviárias, os migrantes recém-chegados, colocando-os em ônibus e despejando-os em cidades vizinhas. Em 1990, chegou a tramitar na Câmara Municipal de São Paulo um projeto de lei destinado a impedir o uso de serviços e equipamentos municipais por migrantes com menos de dois anos de trabalho e residência comprovados na cidade. (Observação: este projeto teve como autor o ainda vereador municipal Bruno Feder, atualmente do PPS, partido do ex-prefeito Paulo Maluf).
No Sul do país, na última década, o preconceito antinordestino assumiu a forma virulenta do separatismo. Os movimentos separatistas sulistas, em geral baseados no Rio Grande Do Sul, chegaram a formular a reivindicação da Independência: República dos Pampas....
O preconceito antinordestino enxerga no migrante o pobre. O separatismo sulista encara o nordestino como diferente. Os separatistas postulam a existência de diferentes grupos étnicos ou culturais no Brasil... A população do Sul, segundo essa visão, teria origens enraizadas na imigração branca e européia, distinguindo-se dessa forma da população do restante do país. Falsamente, apregoa-se a existência de diferenças étnicas no interior da população brasileira. A armadilha vai mais longe, associando nível de vida e origem populacional: o imigrante europeu aparece como a fonte do trabalho e da riqueza, o nordestino como a fonte da preguiça e da pobreza.
O preconceito antinordestino e o separatismo sulista constituem formas de mascarar a pobreza e a miséria, que estão em todas as regiões. Os contrastes sociais intensos, presentes nas metrópoles do Sudeste, são apresentados como fruto das migrações inter-regionais, não como reflexo das estruturas socioeconômicas perversas características de todo o país. A pobreza sulista – que transparece no fluxo migratório de gaúchos, paranaenses e catarinenses rumo à Amazônia, e também nas favelas e periferias miseráveis das cidades grandes e médias da região – é obscurecida por um discurso que nega o óbvio: a "Índia", está em todos os lugares, e até no Nordeste existem algumas "Bélgicas"...
A Bósnia não é aqui. Lá, uma história muito antiga produziu divisões étnicas, culturais e religiosas que cindiram a população bem antes da formação do Estado iugoslavo. Aqui, uma história muito mais recente misturou populações de origem diversa em um único conjunto nacional. No Brasil, as diferenças regionais (e estaduais, e locais... ) não são diferenças étnicas, mas apenas expressões dos ambientes diversos nos quais se processou a história da nossa sociedade. Nordestinos, sulistas, paulistas, cariocas: essas denominações refletem realidades geográficas, não identidades étnicas. Talvez, por isso, o separatismo sulista não tenha, até hoje, conseguido atear fogo na imaginação popular.
Ainda bem.

Bruno Steinbach. "Cabo Branco, Opus I". Infogravura / papel couchê, 29,7 x 42 cm, 2009. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Vizinho à Praia do Seixas, ponto mais oriental das américas, localizado na cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, nordeste do Brasil.
"Onde o sol nasce primeiro e os amentes se encontram".

Bruno Steinbach. "Cabo Branco, Opus I". Thumbprint / glossy paper, 29.7 x 42 cm, 2009. Joao Pessoa, Paraiba, Brazil.
Within walking distance Praia do Seixas, the easternmost point of the Americas, located in the city of João Pessoa, Paraíba State, northeastern Brazil.
"Where the sun rises first."Bruno Steinbach. "Cabo Branco, Opus I". Infogravura / papel couchê, 29,7 x 42 cm, 2009. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Vizinho à Praia do Seixas, ponto mais oriental das américas, localizado na cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, nordeste do Brasil. "Onde o sol nasce primeiro e os amentes se encontram". Bruno Steinbach. "Cabo Branco, Opus I". Thumbprint / glossy paper, 29.7 x 42 cm, 2009. Joao Pessoa, Paraiba, Brazil. Within walking distance Praia do Seixas, the easternmost point of the Americas, located in the city of João Pessoa, Paraíba State, northeastern Brazil. "Where the sun rises first."

Bruno Steinbach. "PARAHYBAVISTA (SANHAUÁ, PORTO DO CAPIM e VARADOURO), opus I". 
Painel em acrílica/tela, 120 x 194 cm. Parahyba, dezembro de 2013.
Acervo: Tribunal de Justiça da Paraíba. João Pessoa, Paraíba, Brasil.


Bruno Steinbach. "PARAHYBAVISTA (SANHAUÁ, PORTO DO CAPIM e VARADOURO), opus I". Painel em acrílica/tela, 120 x 194 cm. Parahyba, dezembro de 2013. Acervo: Tribunal de Justiça da Paraíba. João Pessoa, Paraíba, Brasil. 



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