Como prometi há algum tempo, eu fiz a foto junto ao quadro que foi doado por mim ao Hospital Laureano, em 1980, numa exposição coletiva beneficente organizada pela senhora Creusa Pires na sua mansão na Epitácio Pessoa. E eu não sabia porque é que eu fizera essa pintura desse jeito, bem diferente das outras coisas que fazia. Hoje eu sei, foi uma premonição: Esse cara sou eu!
Eu vim fazer acompanhamento na oncologia clínica, pois eu vou precisar fazer umas sessões de radioterapia e quimioterapia, porque a dor voltou e a gente tem que cuidar. O dia foi só de burocracia, de papelada, de esperas intermináveis... enfim, segunda-feira voltarei para começar a providenciar os diversos procedimentos em especialidades diferentes lá no próprio Hospital Napoleão Laureano, mas tem coisa que vai depender da regulação da Secretaria Municipal de Saúde - aí já sabe como é: demora. A pintura me foi mostrada por simpáticos funcionários do hospital, o Sr Paulo e a Sra Beatriz - que fez a foto. O quadro está no ambiente de radiologia do Hospital Napoleão Laureano.
Eu acredito que dificuldades são para serem enfrentadas e vencidas; a minha mãe dizia que "no fim tudo acaba bem; se não está bem é porque ainda não acabou".
A dor voltou a perturbar... Mas coragem eu tenho para enfrentar.
Saravá!
Saravá!
A obra:
Sem Título, Catálogo (43)
Óleo/tela, 90 x 60 cm, 1980. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Acervo do Hospital Napoleão Laureano. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Nas imagens:
Pintura que fiz em 1980 e que não sabia por onde andava. Graças a gentileza do amigo Helio Santiago Mendes - que me enviou a imagem um dia desses, pude juntá-la às demais do nosso catálogo. Segundo ele me informara, a pintura está no excelente Hospital Napoleão Laureano (referência no tratamento do Câncer, em João Pessoa, Paraíba).
Pelo estilo, até parece que eu estava prevendo as tantas cirurgias a que me submeti e as que ainda terei que me submeter, brevemente, lá mesmo - inclusive os tubos lembram muito as pontes Safena que colocaram em mim. Por outro lado, também pode ser o rosto do Anjo que sempre me protege.
Remexendo no meu baú de memórias, não consegui lembrar como a obra foi parar lá. Mas lembro que na época participei de várias exposições beneficentes para alguns hospitais da minha cidade - pode ter sido isso ou alguém adquiriu e fez alguma doação. Mas o interessante é que me encontrei face a face com a obra, na sua casa, em enigmático encontro do criador com a criatura. Escrevi mais acima que a pintura poderia ser o meu Anjo protetor, mas agora eu penso que pode ser a minha própria imagem, trazida até mim pelo túnel do tempo nesses momentos alucinógenos que acontecem durante a criação. Premonição?
Veja a história completa da saga do olho cego:
#brunosteinbachsilva
#hospitalnapoleaolaureano
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS
Entre em contato conosco, deixe aqui a sua opinião...
(Os comentários são moderados, logo que possível publicaremos a resposta)