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PARAHYBA    BRASIL    MARÇO   2024

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A ARTE PRIMEVA DA HUMANIDADE: XAMÃ - PINTURA E FÉ NA CAVERNA!

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

FELIZ ANIVERSÁRIO, JAMPA!

434 ANOS DE HISTÓRIA
João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. 
Minha cidade, onde o sol ainda brilha primeiro!




Bruno Steinbach. "Ponta do Cabo Branco, opus IV". 
Acrílica/tela, 144 x 270 cm, abril de 2012. João Pessoa, Paraíba, Brasil. 
Acervo: SESC PARAÍBA 
(Centro de Turismo e Lazer do Sesc Paraíba, av. Cabo Branco, João Pessoa, Paraíba, Brasil).




Bruno Steinbach Silva. "Cabo Branco, opus IX".
Acrílica/tela, 60 x 100 cm. Abril de 2016, Parahyba, Brasil.

Da série temática Parahybavista.
Coleção: Eduardo Machado Silva




Bruno Steinbach. "PARAHYBAVISTA (SANHAUÁ, PORTO DO CAPIM e VARADOURO), opus I". 
Painel em acrílica/tela, 120 x 194 cm. Parahyba, dezembro de 2013. 
Acervo: Tribunal de Justiça da Paraíba. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Em primeiro plano, os casebres do porto do capim. 
Depois, o casario antigo do varadouro. No alto, a igreja de São Frei Pedro Gonçalves. 
Mais à direita, ao fundo, a cidade alta e a Igreja de São Francisco. 




A FUNDAÇÃO



Cidade histórica fundada em 05 de agosto de 1585, com a criação do Forte do Varadouro às margens do Rio Sanhauá, João Pessoa se encontra entre os mangues que margeiam este afluente do rio Paraíba e o mar. Seu centro histórico é marcado pela acentuada integração com o meio ambiente, em local de privilegiados atributos naturais: relevo suave, clima tropical e vegetação exuberante - onde se revela a alternância entre manguezais e coqueirais, com florestas de mata atlântica. João Pessoa possui aproximadamente 600 mil habitantes. Possui muitos atrativos turísticos, como as praias, parques urbanos, construções históricas, museus, galerias de arte... Celeiro de artistas e dona de um rico artesanato, é uma cidade verde, que está entre as mais arborizadas do mundo. Já foi domínio de indios potiguares e colonizadores franceses, holandeses e portugueses no passado, tendo sido chamada de Nossa Senhora das Neves, Filipéia, Frederikstadt e Parahyba.



Bruno Steinbach. "Parahyba, opus I".
Acrílica/tela, 60 x 100 cm, 22 dez 2016. Parahyba, Brasil. 
Coleção: Lourdes Bonavides Mariz Maia​. Recife (PE).
Obra patrocínio Parahybavista​.



Bruno Steinbach. "Parahyba e Sanhauá, opus I". Óleo/tela, 100 x 120 cm. 2005. 

Coleção: Desembargadora Maria de Fátima Bezerra Cavalcante Maranhão. Paraíba, Brasil.





O DESENVOLVIMENTO



A cidade se desenvolveu a partir de dois núcleos principais: o Varadouro e a Cidade Alta, ligados pela Ladeira de São Francisco. O Porto do Capim foi criado em águas fluviais para escoar a produção local, principalmente o açúcar de exportação. Ao seu redor, estabeleceu-se a importante região comercial do Varadouro, onde foram construídos armazéns e a alfândega. A partir de meados do século XIX chegaram as primeiras ferrovias e a antiga Estação Ferroviária foi instalada no local. No início do século XX, a ferrovia se expandiu em sentido norte até o porto da cidade de Cabedelo, desativando assim o Porto do Capim e interferindo na integração entre o rio e a cidade, o que causou o abandono da região.
"Porto do Capim com Canoa e Pescadores". Bruno Steinbach, Infogravura / papel couchê, 42 x 29,7 cm, 2009. Paraíba, Brasil.
Um Porto Inseguro 
"Embora secularmente a culta mente tente, 
é impossível ocultar da Luz a face dessa pobre gente; 
um dia seu nobre silêncio, gritante ao sol poente, 
certamente despertará bravamente a nossa civilização dormente." 
(Bruno Steinbach) 

A Cidade Alta se formou ao redor da igreja matriz e lá se instalaram as primeiras residências da elite. Nesta área estão situados vários monumentos importantes, como o Museu de Arte Sacra da Paraíba, localizado no Conjunto da Ordem Terceira de São Francisco; o Teatro Santa Roza, o terceiro mais antigo do Brasil, todo revestido internamente de madeira Pinho de Riga; e a Biblioteca Pública Estadual, exemplar do ecletismo do final do século XIX. No século XX, o comércio de padrão médio e alto migrou para a Cidade Alta, causando a valorização dos terrenos. 

"Basílica de Nossa Senhora das Neves". Bruno Steinbach.Óleo / tela, 50 x 70 cm, 2006, João Pessoa, Paraíba, Brasil.


O TOMBAMENTO

O tombamento do centro histórico foi motivado por seus valores históricos - por ser uma das primeiras cidades fundadas no Brasil, depois de Rio de Janeiro e Salvador; paisagístico - as edificações compõem um cenário que integra a vegetação de mangue ao rio e ao mar - e artístico, por congregar construções de diferentes estilos e épocas. O centro histórico de João Pessoa foi inscrito nos seguintes Livros do Tombo: Histórico e Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. A área abrange um sítio de 370 mil m2, compreendendo boa parte dos bairros do Varadouro (Cidade Baixa) e da Cidade Alta. Ao todo 502 edificações serão preservadas, em 25 ruas e seis praças, bem como o antigo Porto do Capim, local de fundação da cidade. Na área demarcada, o traçado urbano ainda se mantém original. Esses imóveis representam e fazem parte dos 422 anos de história da terceira cidade mais antiga do país, e são prédios representativos dos vários períodos da história de João Pessoa: o barroco da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco; o rococó da Igreja de Nossa Senhora do Carmo; o estilo maneirista da Igreja da Misericórdia; a arquitetura colonial e eclética do casario civil; e o art-nouveau e o art-déco, das décadas de 20 e 30, predominantes na Praça Anthenor Navarro e no Hotel Globo. 
"Pátio de São Pedro, II". Bruno Steinbach. Infogravura, 20,04 x 42 cm, 2007. Parahyba, Brasil.
Vista da Igreja de São Frei Pedro Bento Gonçalves (Crepúsculo)".Infogravura/papel couchê, 29,7 x 42 cm, 2007. Paraíba, Brasil.
"Balaustrada das Trincheiras". Bruno Steinbach. Infogravura / papel couchê, 29,7 x 42 cm, 2008. Paraíba, Brasil.

Ponto mais oriental das américas, a cidade é também notável pelo clima tropical, por ser a maior em economia (indústrias, comércio e serviços) e arrecadação de impostos para o estado, pelas suas praias e pelos vários monumentos de arquitetura e arte barroca.
Durante a ECO-92, a conferência da ONU sobre o meio ambiente, João Pessoa recebeu o título de segunda cidade mais verde do mundo (segundo um cálculo baseado na relação entre número de habitantes e a área verde, a cidade perderia apenas para Paris).

A Estação Cabo Branco Ciência, Cultura & Artes. 
Um projeto de Oscar Niemeyer, localizada no Cabo Branco, o ponto mais oriental das Américas. 




CONHEÇA E APOIE O PROJETO PARAHYBAVISTA


NORDESTINO SIM SINHÔ! 



Tenho orgulho de ser paraibano, nordestino e brasileiro! Cabra macho, sim "sinhô"!

De tanto ouvir e ler comentários levianos sobre o nordeste e os nordestinos resolvi publicar este artigo (reproduzido abaixo, extraído de texto de Demétrio Magnoli (Os grifos são meus), com a esperançosa intenção ou ilusão de jogar um pouco de luz na escuridão em que habitam alguns brasileiros racistas, intolerantes, preconceituosos e arrogantes, e, talvez, fazê-los parar – ou ao menos diminuir – a enxurrada de tolices e maldades que despejam sobre nós, “os nordestinos” (um dado interessante é que são "homens" a maioria dos que fazem esse tipo de comentário, ao contrário de suas mulheres, que nos adoram, saudosas... Quem sabe não estaria aí o verdadeiro e sigiloso motivo de tanta raiva... Pois é sabido a contribuição histórica nordestina na "povoação" do Brasil, "semeando" muito por todo o território nacional e preenchendo assim a deficiência desses inconformados maricões...). Uma sugestão para esses indivíduos: Estudem um pouco de História e Geografia do Brasil, a "básica" mesmo serve, essa que se ensina no curso secundário, para não "forçar" muito seus poucos neurônios. Aprendam com nordestinos de valor, como Epitácio Pessoa ( paraibano, ex-presidente do Brasil), Assis Chateaubriand, conhecido como o co-criador e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP- Museu de Arte de São Paulo Assis Chateuabriand - quem diria, fundado e equipado por um "paraíba" - junto com o italiano Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi (o que a ingrata midia "nacional" retribui com descaso e omissão à grandeza de sua terra), o escritor José Lins do Rêgo (paraibano, autor do romance Menino de Engenho), o também paraibano Pedro Américo (o maior pintor brasileiro de todos os tempos), os cearenses José de Alencar e Rachel de Queiroz (Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardeada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. É considerada por muitos como a maior escritora brasileira), o natalense Câmara Cascudo ,os pernambucanos João Cabral de Mello Neto, Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, o alagoano Graciliano Ramos, os baianos Jorge Amado e Dorival Caymmi... E tantos e tantos outros nomes de escol, Zé Ramalho, Caetano veloso, Gilberto Gil, Fagner, Luiz Gonzaga... E, pasmem(!), o próprio Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva! A lista é interminável...Quem sabe, assim, parem de expressar tanta idiotice que na verdade só depõe contra eles mesmos, ao exporem a própria ignorância e atraso espiritual. Afinal, PRECONCEITO é uma forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência.
Mas vamos ao texto de Magnoli:

Regionalismo e preconceito contra o nordestino

Por Demétrio Magnoli
(Do livro: Identidade Nacional em debate, vários autores, Ed. Moderna, pág. 119-125)


1 – O Regionalismo nordestino

O Regionalismo nordestino nasceu e evoluiu como reação à decadência do Nordeste. Do ponto de vista histórico, surgiu no início do século XX, junto com o deslanche da industrialização no sudeste. Do ponto de vista social, configurou-se como atitude política das elites regionais, que jamais se difundiu profundamente entre a população. Do ponto de vista estratégico, caracterizou-se por reivindicar ajuda federal à região, sob a forma de obras públicas ou proteção para empresas e produtos. O seu argumento central sempre foi a pobreza regional, geralmente associada ao fenômeno climático das secas...

O discurso regionalista e as respostas federais pariram o principal mito sobre a pobreza do Nordeste: o mito das secas.

As secas, do ponto de vista meteorológico, não são um mito. O mito consiste na noção de que esse fenômeno natural seja o responsável pelo drama social da população. A artimanha do Regionalismo elitista consistia em esconder as causas sociais da miséria pelo recurso a uma condição climática. ... Dessa forma, as elites econômicas e políticas do nordeste encontraram um álibi para fugir à própria responsabilidade histórica pela pobreza e, ao mesmo tempo, uma argumentação para o desvio de recursos federais para a realização de obras públicas regionais. Evidentemente, os benefícios trazidos por essas obras jamais chegaram à maioria da população nordestina, tornando-se fonte de enriquecimento privado das minorias privilegiadas...

Das "obras contra as secas" aos incentivos fiscais: mais de meio século de políticas regionais revelou-se incapaz de transformar o panorama de pobreza do Nordeste. Mas o discurso regionalista das elites continua em funcionamento, operando sempre o velho argumento do "bolsão de pobreza". Essa noção – de que o Nordeste é um "outro país", a Índia confrontada com a Bélgica, o lado esquecido do Brasil – camufla o abismo social que separa as elites nordestinas da população regional. A palavra Nordeste, uma noção espacial que se pode desenhar sobre o mapa, serve como esconderijo para as elites regionais, que se apresentam como representantes dos miseráveis e dos excluídos. 


2 – A Bósnia não é aqui

O Regionalismo nordestino desenvolveu-se sobre o paradoxo de ser um discurso elitista cujo argumento central sempre foi a pobreza. Esse paradoxo contribuiu para o surgimento e a difusão de um outro discurso: o do preconceito antinordestino.

O preconceito antinordestino existe desde os tempos antigos, como expressão do racismo. A participação majoritária dos negros e mulatos na população do Nordeste, que contrasta com a hegemonia dos brancos no Sudeste e, em proporção maior, no Sul, reflete a história da escravidão e da imigração européia no Brasil. Aí se encontram os fundamentos do preconceito tradicional antinordestino....Porém, o preconceito antinordestino atualizou-se aproveitando o próprio Regionalismo das elites do Nordeste. No Sudeste, difusamente, desenvolveram-se atitudes preconceituosas contra os migrantes provenientes dos estados nordestinos. A atitude preconceituosa enxergou nos fluxos de nordestinos o espectro da invasão da pobreza, em vez de enxergar o papel desempenhado pela mão-de-obra migrante no crescimento econômico do Sudeste. Desde a década de 1970, diversas prefeituras do interior paulista passaram a recolher, nas estações rodoviárias, os migrantes recém-chegados, colocando-os em ônibus e despejando-os em cidades vizinhas. Em 1990, chegou a tramitar na Câmara Municipal de São Paulo um projeto de lei destinado a impedir o uso de serviços e equipamentos municipais por migrantes com menos de dois anos de trabalho e residência comprovados na cidade. (Observação: este projeto teve como autor o ainda vereador municipal Bruno Feder, atualmente do PPS, partido do ex-prefeito Paulo Maluf).

No Sul do país, na última década, o preconceito antinordestino assumiu a forma virulenta do separatismo. Os movimentos separatistas sulistas, em geral baseados no Rio Grande Do Sul, chegaram a formular a reivindicação da Independência: República dos Pampas....

O preconceito antinordestino enxerga no migrante o pobre. O separatismo sulista encara o nordestino como diferente. Os separatistas postulam a existência de diferentes grupos étnicos ou culturais no Brasil... A população do Sul, segundo essa visão, teria origens enraizadas na imigração branca e européia, distinguindo-se dessa forma da população do restante do país. Falsamente, apregoa-se a existência de diferenças étnicas no interior da população brasileira. A armadilha vai mais longe, associando nível de vida e origem populacional: o imigrante europeu aparece como a fonte do trabalho e da riqueza, o nordestino como a fonte da preguiça e da pobreza. 

O preconceito antinordestino e o separatismo sulista constituem formas de mascarar a pobreza e a miséria, que estão em todas as regiões. Os contrastes sociais intensos, presentes nas metrópoles do Sudeste, são apresentados como fruto das migrações inter-regionais, não como reflexo das estruturas socioeconômicas perversas características de todo o país. A pobreza sulista – que transparece no fluxo migratório de gaúchos, paranaenses e catarinenses rumo à Amazônia, e também nas favelas e periferias miseráveis das cidades grandes e médias da região – é obscurecida por um discurso que nega o óbvio: a "Índia", está em todos os lugares, e até no Nordeste existem algumas "Bélgicas".....

A Bósnia não é aqui. Lá, uma história muito antiga produziu divisões étnicas, culturais e religiosas que cindiram a população bem antes da formação do Estado iugoslavo. Aqui, uma história muito mais recente misturou populações de origem diversa em um único conjunto nacional. No Brasil, as diferenças regionais (e estaduais, e locais... ) não são diferenças étnicas, mas apenas expressões dos ambientes diversos nos quais se processou a história da nossa sociedade. Nordestinos, sulistas, paulistas, cariocas: essas denominações refletem realidades geográficas, não identidades étnicas. Talvez, por isso, o separatismo sulista não tenha, até hoje, conseguido atear fogo na imaginação popular. 
Ainda bem.

Bruno Steinbach. "Cabo Branco, Opus I". 
Infogravura / papel couchê, 29,7 x 42 cm, 2009. Paraíba, Brasil.




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